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Novo ministro da Fazenda anuncia que quer mexer nos direitos trabalhistas e previdenciários

04 de Janeiro de 2016 às 18:16:53

Nelson Barbosa, à direita, ao lado de Joaquim Levy


O novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, que assumiu o posto no dia 21 de dezembro, mostrou que continuará com as velhas políticas de arrocho de seu antecessor. Promete para 2016 fazer as reformas da previdência e trabalhista, que mudarão para pior os nossos direitos.

Barbosa quer impor a idade mínima para a aposentadoria de 65 anos para homens e mulheres, combinada ao fator 85/95 (entenda o cálculo aqui)  ou uma idade mínima que seria ajustada conforme o crescimento populacional.

Não adianta a conta que a gente faça, prevalecerá a seguinte sentença: os trabalhadores vão trabalhar mais tempo, receber um salário menor e perder poder aquisitivo na aposentadoria.

Segundo declarações de Barbosa, além da reforma da previdência, está prevista em sua lista de medidas antitrabalhador, uma reforma trabalhista. Ainda não foi anunciada a proposta, mas visa desburocratizar, nas palavras dele, negociações entre trabalhadores e empregadores, ou seja, abrir caminho para flexibilização de direitos e negociações individuais, que só servem para desmobilizar a organização da classe.

Vai seguir à risca e com rigor a política de ajuste fiscal que só tem servido aos interesses dos patrões e das elites, retirando direitos básicos que os trabalhadores lutaram para conquistar. Em suas palavras: “Esperamos consolidar e terminar essa proposta no começo de 2016 e poderemos mandar para o Congresso as leis e a emenda constitucional no começo do próximo ano”, afirmou Barbosa.

Barbosa foi além ao reconhecer que os ataques em 2016 se aprofundarão: “Infelizmente, o tamanho do corte [neste ano] não foi suficiente para atingirmos a meta inicial de primário deste ano [pagamento da dívida pública], mas vamos continuar a adotar medidas. E há muitas propostas já enviadas ao Congresso que esperamos aprovar na primeira metade do próximo ano.”

Para mostrar serviço para os empresários vai atuar contra os trabalhadores.


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“A troca do Levy pelo Barbosa foi a troca do seis por meia dúzia. Barbosa assume e tenta agradar ao mercado, a quem procura mostrar serviço. Assinou uma verdadeira “carta de intenções” numa teleconferência com investidores, organizada pelo J.P. Morgan. Afirmou que vai seguir com o ajuste fiscal e realizar uma reforma tributária. Vai também dar continuidade ao programa de privatizações de Dilma. Agora são os aeroportos de Fortaleza, Florianópolis, Porto Alegre e Salvador que serão entregues à iniciativa privada”, denuncia o membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Sebastião Carlos Pereira, o Cacau.

É preciso preparar os trabalhadores

Diante de um cenário que sinaliza mais retirada de direitos a CSP-Conlutas e as entidades que compõem o Espaço de Unidade de Ação começam desde já a preparar as ações para que os trabalhadores resistam e combatam esses ajustes.

“Vamos realizar uma plenária sindical e popular nacional no dia 22 de janeiro, em São Paulo. Essa plenária terá entre os seus objetivos discutir um plano de lutas contra esses ataques. A plenária, além de definir ações de resistência dos trabalhadores, deve fazer um bom debate político e tomar iniciativas que avancem no sentido da construção de um polo classista, dos trabalhadores, contra o governo e a oposição de direita. Precisamos disputar os rumos políticos e apontar uma alternativa”, complementa Cacau.


Com informações de: Sindtest - PR e CSP-Conlutas