Retrospectiva das lutas da ADUNICENTRO e IEES em 2013. O ano foi bastante agitado nas universidades do Paraná, que passaram por tentativas de intervenção do governo, queda de secretário da SETI, luta pelo passe livre, possibili
31 de Dezembro de 2013 Ã s 22:33:57O ano de 2013 começou com tentativa de intervenção do governo do Estado do Paraná nas universidades. Alegando uma melhor gestão do estado, é publicado no Diário Oficial do Estado o Decreto 7.599/13 no dia 18 de março - às escondidas dos reitores e de toda a comunidade universitária - que só vieram a ter conhecimento do mesmo no dia 19Â que, entre outros efeitos, retirava a autonomia das reitorias e as submetia a um Conselho Gestor.
Seguiu-se uma série de protestos por todas as Universidades. Na UEPG (26/03), o então secretário Alípio Leal enfrentou protestos em sua visita a Uvaranas (http://adunicentro.org.br/novo/?p=3534).
Em 01/04 docentes da UNICENTRO, se reúnem em assembleia e deliberam por atos de protesto, caso o governo não respeite a autonomia universitária. Assembleias docentes ocorrem em todas as universidades.
Em 27/03, entre docentes, funcionários e estudantes, mais de 200 pessoas realizaram ato na reitoria da UEL (imagem acima) e na UNESPAR houve paralisação das atividades (http://adunicentro.org.br/novo/?p=3544).
Tendo ciência da reação nas Universidades, em (02/04), o governo recua e anuncia que as universidades serão retiradas do decreto  http://adunicentro.org.br/novo/?p=3569. O movimento docente, estudantil e dos funcionários foi vitorioso em impedir a intervenção do governo nos assuntos das IEES e reitores da UEL e UEM emitem nota conjunta ao governador alegando que não se eximem de prestar as informações que este necessitar, porém não admitem que o governo imiscua-se nos assuntos internos das IEES (http://adunicentro.org.br/novo/?p=3802).
Porém, a prática de intervenção governamental deste governo ainda não havia se esgotado e uma luta muito dura se deu dentro da UNESPAR quando o Governo Beto Richa desrespeitou o Conselho Universitário da universidade e decidiu instalar a reitoria em Paranavaí. Vários atos foram realizados nos campi da UNESPAR e o movimento daquele universidade contou com o apoio da ADUNICENTRO e demais sindicatos docentes (http://adunicentro.org.br/novo/?p=3892). É denunciado o rifamento da UNESPAR para atender os interesses eleitorais do governador com vistas às composições para sua candidatura à reeleição em 2014 (http://adunicentro.org.br/novo/?p=3892).
Em 13/05, parlamentares se reúnem em audiência pública, com a presença da comunidade universitária da UNESPAR, reitores e com representantes da ADUNICENTRO e outros sindicatos docentes para debater o respeito à decisão do Conselho Universitário em ter a reitoria na capital do estado (http://adunicentro.org.br/novo/?p=3772).
Em 08/06, os sindicatos docentes das IEES (Adunicentro, Adunioeste, Sindunespar, Sesduem e Sinduepg) realizaram debate estadual sobre autonomia universitária no campus de Paranaguá da UNESPAR (http://adunicentro.org.br/novo/?p=3728)
Entretanto, ainda assim, o governador Beto Richa toma atitude contrária à comunidade universitária. Porém, embora a reitoria esteja em Paranavaí no papel, na prática ela continua em Curitiba.
O mês de junho deste ano presenciou a força das ruas com manifestações em todas as capitais e principais cidades do Brasil. Em Guarapuava não foi diferente. Diversas são as reivindicações, mas a mais forte nossa cidade foi a rediscussão do modelo de concessão do transporte público coletivo e a exigência de passe livre. Terminal da Fonte foi ocupado em três oportunidades ao longo de 2013.
A pedido da ADUNICENTRO, MPL-Guarapuava, DCE da Unicentro, APP-Sindicato, Sisppmug, juntamente com outras entidades, Audiência Pública na Câmara de Vereadores para debater transporte coletivo de Guarapuava foi convocada em 11/07 (http://adunicentro.org.br/novo/?p=4078 e http://adunicentro.org.br/novo/?p=4113 ).
A ADUNICENTRO se envolveu fortemente nesta discussão por mais de um motivo e um deles é entender que a implantação do passe livre é um mecanismo para diminuir a evasão discente na UNICENTRO.
A partir desta primeira audiência pública, uma série de outras reuniões foram realizadas ao longo do segundo semestre que puderam levantar inúmeros problemas e possíveis irregularidades no modelo de transporte público coletivo em Guarapuava. Um dos primeiros resultados positivos foi o compromisso da prefeitura em implantar o passe livre para estudantes de baixa renda já no inicio do perído letivo de 2014 (http://adunicentro.org.br/novo/?p=4637 ; http://www.centralcultura.com.br/default.asp?id=27496 ; http://www.mppr.mp.br/modules/noticias/article.php?storyid=3968&tit=09102013-GUARAPUAVA-Grupo-de-Trabalho-detecta-falta-de-fiscalizacao-no-sistema-do-transporte-coletivo).
O mês de agosto ainda foi movimentado por nova ocupação do Terminal da Fonte em ato chamado pelas Centrais Sindicais, APP-Sindicato, Sisppmug, Adunicentro, MPL, DCE da Unicentro e diversos outros sindicatos (http://g1.globo.com/pr/campos-gerais-sul/paranatv-2edicao/videos/t/edicoes/v/professores-fazem-protesto-por-melhores-condicoes-de-trabalho-em-guarapuava/2793215/ ; http://adunicentro.org.br/novo/?p=4447).
Cumprindo com seu ideal classista, democrático e seu compromisso com a verdade histórica, a ADUNICENTRO tem papel de destaque na criação da Comissão da Verdade e tem o professor Hélvio Alexandre Mariano do DEHIS, indicado para compô-la. Esta irá apurar crimes de tortura, prisão, assassinatos, exílio, aposentadorias compulsórias entre outros promovidos pela ditadura militar (1964-1985) contra docentes universitários (http://adunicentro.org.br/novo/?p=4191 ; http://adunicentro.org.br/novo/?p=4963)
Em agosto a comunidade universitária do Paraná foi surpreendida pela notícia de que Alípio Leal havia sido exonerado da SETI. A saída aconteceu após revelação de esquema de desvios de recursos relacionados ao ensino à distância no IFPR onde ele foi reitor de 2009 a 2011. O atual reitor e ex-deputado Irineu Colombo foi afastado do cargo e 18 pessoas envolvidas no esquema foram presas. Alípio Leal já havia sido condenado pelo TCU em outra oportunidade, mas também por irregularidades com EaD  juntamente com o ex-reitor da UFPR Carlos Moreira Júnior. Ambos foram condenados a pagar pagar R$ 25,3 milhões (http://adunicentro.org.br/novo/?p=2066).
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Ainda em junho, sob a coordenação do Prof. Najeh Maissar Khalil do DEFAR, também vice-presidente da ADUNICENTRO, foi promovido o seminário sob adoecimento dos professores universitários devido à sobrecarga crescente de atividades a que têm sido submetidos (http://adunicentro.org.br/novo/?p=3969).
Como consequência deste seminário, foi estabelecido convênio entre a ADUNICENTRO, UNICENTRO e o Departamento de Farmácia para disponibilizar exames laboratoriais a todos os docentes da universidade. Os atendimentos começaram em novembro. O sindicato, preocupado com a saúde de nossos professores, inicia este trabalho como parte de um conjunto de ações para orientar sobre os riscos da síndrome metabólica associada ao produtivismo (http://adunicentro.org.br/novo/?p=4835).
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Na coordenação dos trabalhos está a Profa. Dra. Juliana Sartori Bonini, Diretora da Farmácia-Escola.
GREVE. Em outubro, o governo do Paraná não cumpre o acordo de pagar o acordo de equiparação salarial e gera início de onda de paralisações e perspectiva de greve nas universidades estaduais. Deliberação da assembleia docente na UNICENTRO indicou a possibilidade de paralisação caso governo não cumprisse com acordo de equiparação na folha de novembro, retroativo a outubro. A UEPG realizou paralisação em 06/11; a Unioeste paralisou em 31/10; UEL e UENP aprovaram indicativo de greve para o dia 28/11; UEM deliberou não iniciar o ano letivo em 2014 e; a UNESPAR realizou protestos http://adunicentro.org.br/novo/?p=4771). Em novembro Governador Beto Richa não é claro quanto ao cumprimento de acordo firmado com os docentes das IEES e coloca a categoria na perspectiva de greve. O governo do estado poderia ter prejudicado os estudantes em vias de formatura como também os vestibulandos que teriam que fazer as provas nos dias 01 e 02 de dezembro, pois a greve seria inevitável (http://adunicentro.org.br/novo/?p=4891).
O ano na UNICENTRO também foi marcado por uma série de mobilizações estudantis. Em junho, uma manifestação dos estudantes suspendeu reunião do COU para exigir assistência estudantil (http://adunicentro.org.br/novo/?p=3913). Convencidos a não se deixar dominar pelos labirintos da burocracia e pelos discursos evasivos do governo, que levam anos para se efetivar, os estudantes da UNICENTRO têm ido à luta. E as conquistas não têm sido poucas. Vamos recordar as mais recentes: a falta de asfalto no CEDETEG, por exemplo, deixou estudantes, professores e funcionários de agronomia e veterinária â??comendo pó e barroâ??, além de prejudicar equipamentos delicados por mais de 10 anos, sem que o governo efetivamente se mexesse a partir das solicitações feitas apenas pela via administrativa. A partir do momento em que os estudantes foram às ruas e realizaram diversas manifestações é que os recursos foram liberados. Numa das mais expressivas manifestações, mais de uma centena estudantes cercaram o ex-governador Pessuti em visita à UNICENTRO e arrancaram dele um calendário de investimentos. Como resultado do movimento estudantil lá está o asfalto no CEDETEG. Mais recentemente, os estudantes do curso de veterinária realizaram outro forte movimento contra o fechamento do Hospital Veterinário e, mais uma vez a união dos estudantes obteve êxito, e o Hospital voltou a atender os pacientes (http://adunicentro.org.br/novo/?p=3646 ).
Face o não cumprimento do acordo entre Governo e estudantes, estabelecido ainda em 2012, em agosto, os estudantes voltaram com força depois do recesso e promoveram ocupação do prédio da Reitoria onde permaneceram acampados até conseguirem audiência com o governador, em pessoa (http://adunicentro.org.br/novo/?p=4268) e comprometimento deste com investimentos em assistência estudantil e construção dos R.Us.
Diferentemente de outras universidades onde as ocupações tem sido tratadas como caso de polícia, com prisões e reintegrações violentas de posse, na UNICENTRO o movimento dos estudantes não sofreu esta repressão. A administração do Campus Santa Cruz, que procurava garantir a integridade patrimonial da Universidade e ADUNICENTRO, como mediadora entre as partes, buscaram uma solução que não gerasse desgaste para a imagem da universidade e que respeitasse as reivindicações justas dos estudantes
O movimento  de ocupação teve grande repercussão na imprensa local e estadual e teve apoio de diversos departamentos pedagógicos que tornaram públicas moções de apoio. DEFIL: http://adunicentro.org.br/novo/?p=4491 ; DEDUF: http://adunicentro.org.br/novo/?p=4352 ; DEBIO: http://adunicentro.org.br/novo/?p=4410 ; DEHIS: http://adunicentro.org.br/novo/?p=4350 .
O Deputado Tadeu Veneri esteve na reitoria da UNICENTRO ocupada para ouvir a reivindicação dos estudantes e empenhou seu apoio na ALEP, onde foi realizada Audiência Pública para levar ao conjunto dos Deputados o debate sobre assistência estudantil.
Entidades como a APP-Sindicato estiveram presentes na ocupação para manifestar solidariedade à luta dos estudantes da UNICENTRO.
Em meio a uma reitoria ocupada, em visita a Guarapuava, Governador recebe a presidente do DCE, Daiane Curi, juntamente com comissão de estudantes em 16/08 e promete estatização dos R.U.s para 2014 e contratação de docentes para a UNICENTRO. Após mais de um ano de manifestações e a ocupação do prédio da reitoria, Governador reconheceu que as reivindicações são justas http://adunicentro.org.br/novo/?p=4356 .
Em um ano de muita tensão nas universidades, um fato ocorrido na UEM chocou a comunidade universitária de todo o estado e expôs um lado da universidade que permanece obscuro; a repressão. Estudantes da UEM foram espancados pelos vigilantes durante reunião no DCE em que discutiam os protestos a serem feitos contra os atos da reitoria que há tempos vem gerando diversas manifestações no campus. Dois estudantes foram hospitalizados com suspeita de traumatismo craniano http://adunicentro.org.br/novo/?p=4518 . A ADUNICENTRO deu ampla divulgação aos fatos que se dão na UEM em solidariedade com os estudantes e também docentes que têm sido vítimas de ameaças naquela universidade por parte dos vigias da instituição. Nosso sindicato elaborou moção de repúdio à reitoria da UEM pela conivência com as dramáticas agressões que se deram.
Em 2013 o debate sobre racismo ganhou destaque na UNICENTRO a partir do cancelamento do recesso acadêmico em respeito ao Dia da Consciência Negra. Vários docentes se posicionaram contra a suspensão do feriado e a discussão ganhou espaço na imprensa da cidade (http://adunicentro.org.br/novo/?p=4760 ; http://adunicentro.org.br/novo/?p=4780 ; http://adunicentro.org.br/novo/?p=4849 ; http://adunicentro.org.br/novo/?p=4852). Em dezembro a UEPG decide acabar com as cotas raciais, mas devido à forte reação da comunidade acadêmica o Conselho Universitário entende que cometeu um erro e democraticamente volta atrás (http://adunicentro.org.br/novo/?p=4926).
A ADUNICENTRO também se engajou em apoio à Campanha 16 dia de ativismo pelo fim da violência de gênero. Historiadores da UNICENTRO explicam por que é necessário uma campanha desta natureza. (http://adunicentro.org.br/novo/?p=4877 ; http://adunicentro.org.br/novo/?p=4934).
Outra campanha e que teve repercussão nacional foi relativamente à Comunidade Paiol de Telha, a qual teve, desde o inicio o apoio e envolvimento da ADUNICENTRO e o DCE. A luta dos povos indígenas e da comunidade quilombola foi objeto de seminário promovido pelo ANDES-SN novembro (http://adunicentro.org.br/novo/?p=4573). O julgamento sobre a demarcação das terras quilombolas em Guarapuava pode ser lida em: http://adunicentro.org.br/novo/?p=4861 ; http://adunicentro.org.br/novo/?p=4928 ; http://adunicentro.org.br/novo/?p=5018)
Caros e caras colegas docentes da UNICENTRO. Esperamos estar desempenhando o trabalho que você confiou a esta diretoria, no sentido do fortalecimento de nossa instituição e a educação pública de qualidade, ao mesmo tempo em que defendemos a categoria docente nas questões amplas de carreira, previdência e salários, bem como as demandas individuais de cada um no campo do trabalho e contra o assédio moral. Como sindicato classista também reafirmamos a solidariedade de classe e apoio aos movimentos sociais e a superação das desigualdades sociais e regionais.
Confiamos que a força e determinação da categoria docente vai fazer com que possamos obter êxitos ainda maiores em 2014. Um forte abraço e forças renovadas para este novo ano.
ADUNICENTRO, Sindicato dos Docentes da UNICENTRO
Leia também: Retrospectiva (2012) das lutas dos Docentes da UNICENTRO. Licença Especial; Estágio Probatório; Ação dos 14%; Greves; Carreira; Verbas de Custeio; Nomeação de 69 novos docentes; Contra a â??substituição de cursos de baixa demandaâ??; ParanáPrevidência http://adunicentro.org.br/novo/?p=3283