Notícias

Após duas semanas estudantes desocupam a reitoria da UFS. REUNI gera desagrado. Ministério Público deu prazo para que a UFS inicie processos licitatórios e reitoria deve realizar contratação de professores.

11 de Junho de 2011 às 13:50:58

Após duas semanas, os estudantes do curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Sergipe deixam hoje as salas do reitor Josué Modesto dos Passos Subrinho e da assessoria de comunicação.

A decisão aconteceu em assembleia realizada pelos alunos do movimento de ocupação denominado ´Chega de Migalhas´, após a reunião de conciliação que aconteceu na sede do Ministério Público Federal e juntou o reitor em exercício Ângelo Antoniolli, alguns alunos do movimento, o procurador da UFS, Paulo Celso Leó, professores do departamento de Comunicação Social e o procurador da República, Pablo Coutinho Barreto.

Segundo o estudante de jornalismo Vinicius Oliveira, como precisávamos de tempo para organizar as salas, pois vamos entregar tudo do jeito que encontramos, deixamos a entrega para hoje, disse. Que também ressaltou a importância da reunião com o MPF, pois o encontro foi bastante proveitoso, já que muitas das solicitações serão resolvidas pela reitoria. Para os alunos foi uma vitória, pois conseguimos muitas conquistas, avaliou.

Na reunião foi assinada uma ata, onde está especificado o que deve ser realizado pela instituição: finalização da construção do prédio onde irá funcionar o departamento de comunicação até o final deste ano. Atualmente a estrutura de TV e rádio é dividida com os alunos do cursoà distância, inclusive detêm o controle de tudo a partir da próxima semana a realidade será diferente. A prioridade não era nossa, mesmo estando todos os dias na instituição, agora teremos o controle, informa Vinicius.

Outro ponto favorável aos alunos é o prazo limite para a construção do complexo de comunicação. A estrutura física deveria estar pronta desde o ano passado, porém, as obras nem iniciaram. Ficou acordado que o prazo limite é até setembro de 2012, explica o estudante. Nesse caso, o MPF deu um prazo de 45 dias, para que a UFS inicie o processo licitatório. O departamento tem que apresentar o déficit de professores e a reitoria deve realizar as contratações.

No tocante a equipamentos, como câmeras fotográficas, computadores, softwares, microfone, entre outros, o departamento deve apresentar a lista com o material necessário para a realização da compra e a reitoria tem dois meses para adquiri-los.

Para Vinicius a maior vitória foi no tocante a Rádio UFS, pois o MPF irá promover audiências públicas para discutir o caráter da mesma, além disso, os produtos das disciplinas serão veiculados na Rádio mediante avaliação do professor.

Para o procurador da UFS, o acordo foi bastante produtivo e evitou ajuizamento de ações e situações mais constrangedoras para ambas as partes.

Quem concordou com o promotor foi o reitor em exercício. A reunião foi extremamente positiva no que diz respeito à relação da reitoria com os professores de Comunicação. Ficamos conhecendo de perto os problemas e houve uma concentração de esforços para a resolução, que é o único interesse da gestão e dos professores.

O professor Angelo Antoniolli propôs ainda, com o objetivo de dar maior transparência ao processo, a criação de uma comissão formada por alunos e professores para acompanhar de forma permanente todo o processo licitatório das obras e materiais requeridos pelos estudantes.

Para Pablo Coutinho Barreto, procurador da República que intermediou a reunião, talvez essa situação tivesse um desfecho melhor e mais rápido. Se essa demanda tivesse sido trazida antes ao MPF, já teria sido solucionada. Ele complementou dizendo que a ocupação, a desobediência civil é um ato extremo. O Ministério Público não viu razões que justificassem a ocupação do prédio da reitoria.

Fonte: Jornal do Dia