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Estudantes da UEM são novamente intimidados por vigilantes nesta última quinta-feira (10). Sob determinação da reitoria, oito vigilantes cercaram estudantes em frente ao CA de Ciências Sociais com a intenção

14 de Outubro de 2013 às 20:56:45



Na última quinta-feira (10), estudantes da Universidade Estadual de Maringá (UEM), no Paraná, que estavam reunidos à noite no intervalo das aulas no CA de Ciências Sociais, foram novamente intimidados por um grupo de vigilantes da instituição. De acordo com a diretora da Sesduem, Patrícia Lessa, os alunos foram surpreendidos pela chegada de oito vigilantes ao local. No dia 5 de setembro, um grupo de estudantes foi violentamente agredido por funcionários da UEM.
Após se sentir acuado, o grupo buscou ajuda junto à Sesduem, Seção Sindical do ANDES-SN. "Recebi a primeira de uma sequência de chamadas registradas no meu celular pedindo socorro. Designar oito vigilantes em uma universidade do tamanho da UEM significa acuar e ameaçar. Enquanto isso, o restante do patrimônio público ficou sendo vigiado por quem?", questiona a diretora da Sesduem, Patrícia Lessa, que foi ao local junto com a presidente da Seção Sindical do ANDES-SN, Marta Belini.

De acordo com a diretora da Sesduem, dos oito funcionários que cercaram o local no último dia 10, alguns estavam presentes na violência contra os estudantes em setembro. "Liguei para muitos colegas informando o que estava acontecendo e fomos para a UEM. Ao chegarmos, juntamente com demais docentes que testemunharam o fato, ligamos no setor de vigilância e nos responderam que o reitor enviou todos vigilantes para â??cuidarem se haveria sarauâ??. Tentamos ligar para o reitor, conforme consta em nossos registros de chamada, e ele não atendeu. Como a autoridade máxima da UEM não tomou conhecimento do fato, registraremos nossa solicitação de pedido de ajuda externa pela integridade física dos estudantes da universidade", acrescenta.

Para a professora, a intimidação e a violência física ocorrida indica a necessidade de intervenção do Ministério Público e pedido de afastamento do reitor. "Enfim, hoje [10/10] alunos do CA de Ciências sociais sentiram-se acuados e pediram ajuda para docentes, ontem foram agredidos pelos mesmos vigilantes e o reitor nunca está presente, mas sempre dizem os vigilantes que foi tudo autorizado por ele", denuncia Patrícia.

A diretora da Sesduem denuncia que alguns dos funcionários, que estavam presentes nas agressões de setembro, não poderiam estar ali, visto que foi determinado que o plantão destes tem início às 5h e eles não poderiam trabalhar a noite. "Ligamos para o reitor e ele novamente viajou. Ele deu a ordem à perseguição aos estudantes e viajou de novo, deixando na mão dos vigilantes toda a responsabilidade. A gente sabe que os vigilantes têm culpa, mas o reitor está dando apoio. No dia 11, durante a reunião da comissão, fomos informados que os mesmos vigilantes estavam na administração anterior e já tinham sido proibidos de circular nesse campus porque o histórico de agressão deles é antigo, e eles foram trazidos pela reitoria para coibir as políticas estudantis e docentes. Esta é uma clara posição política dessa gestão atual, que utiliza força física para coibir manifestações", ressalta Patrícia.

A professora denuncia ainda que há uma ordem do reitor para que haja toda quinta-feira o â??plantão do sarauâ??. "Os vigilantes foram instruídos a ficar no mesmo local dos estudantes e a ordem é coibir qualquer reunião às quintas-feiras. A comissão está tomando providências e já colheu as denúncias", adianta Patrícia.

Ministério Público foi acionado

A diretora da Sesduem conta que, logo após as agressões de setembro, foi dada entrada no Ministério Público. Dentro da universidade, foi criada a comissão de mediação de conflito. "Tivemos uma mesa de discussão com advogado de direitos humanos, familiares das vítimas e a vice-reitora [Neusa Altoé], porque o reitor, todas as vezes que foi chamado pela Sesduem, estava ausente ou viajou, se isentando de qualquer responsabilidade", afirma Patrícia.

Segundo Patrícia, será solicitado ao Ministério Público que a Reitoria da UEM informe oficialmente quais eram os vigilantes escalados para trabalhar no dia 10 de outubro; qual a posição da Reitoria sobre o motivo que levou oito funcionários a estarem trabalhando no mesmo local; quantos ficaram para â??vigiarâ?? o restante do patrimônio ou quantos estavam efetivamente escalados para atuar em 10 de outubro; informar se a comissão para investigar as agressões ocorridas em 5 de setembro tomou ciência que os mesmos vigilantes que atuam às 5 horas da manhã atuam também a noite; qual o motivo para se ter vigilantes que participaram da violência ocorrida em 5 de setembro, já que a escala deles é diurna; e qual o motivo para ter vigilantes sem uniforme em horário de trabalho.

"A UEM é uma universidade pública, cujo patrimônio mais importante é a vida de estudantes. Seus familiares nos confiam a educação de seus filhos. No entanto, estão vendo que já são muitos que foram agredidos e ameaçados, temos que tomar medidas urgentes para garantir a integridade física de todos", conclui a diretora da Sesduem.

Leia mais: Alunos da Estadual de Maringá são agredidos por vigilantes da universidade


* Foto de estudante agredida no dia 5 de setembro -  imagem retirada da página da Sesduem - Seção Sindical