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Sem acordo, estudantes de universidade no RJ ocupam reitoria há mais de 15 dias

01 de Agosto de 2013 às 14:46:03

Cerca de 150 estudantes da Universidade Gama Filho ocupam, há mais de 15 dias, o gabinete da Reitoria da instituição, e reivindicam a intervenção do Ministério da Educação (MEC) por má gestão da mantenedora da universidade. Os estudantes reclamam ainda da falta de infraestrutura e das altas mensalidades, e pedem a regularização do pagamento dos professores.

Segundo matéria publicada no Uol Educação, em uma reunião na Reitoria, que durou mais de três horas, encerrada no começo da noite de terça-feira (30), os estudantes debateram os problemas da universidade com o coordenador-geral da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres), Pedro Carvalho Leitão, representante do MEC.

A reportagem afirma que, de acordo com o presidente do Centro Acadêmico de Medicina da Gama Filho, Edvaldo Guimarães, os estudantes estão sofrendo com a falta de aulas práticas. "Não é só Medicina, os estudantes de Geografia, por exemplo, tiveram que pagar do próprio bolso para fazer uma atividade em campo, mesmo assim, o proprietário dos ÿnibus não queria aceitar o pagamento porque associou os alunos à mantenedora", disse ao Uol Educação.

Ainda segundo o estudante, as atividades do internato acontecem de maneira irregular. "As aulas práticas são substituídas pelas teóricas. Alguns módulos do internato não estão acontecendo. No módulo de emergência, as aulas em vez de serem no hospital todos os dias estão acontecendo duas ou três vezes por semana e na faculdade", acrescentou à reportagem.

De acordo com o Uol Educação, a mantenedora da instituição, Galileo Educacional, foi alvo de CPI das Universidades Privadas, realizada na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A Gama Filho, assim como a UniverCidade, outra tradicional instituição de ensino do Rio, são controladas pela Galileo. As duas instituições têm juntas cerca de 34 mil alunos. A reportagem acrescenta que, em depoimento à CPI, em fevereiro, o presidente da Galileo, Alex Klyemann, assumiu que as duas instituições têm juntas dívidas em torno de R$900 milhões.

Em reunião realizada no dia 25 de julho, na sede do MEC, em Brasília, ficou decidido que o Ministério irá propor a Galileo Educacional, em 15 dias, uma proposta de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para a regularização das atividades acadêmicas da Gama filho e da UniverCidade. Participaram da reunião representantes da Galileo Educacional, alunos e professores das duas instituições.

No entanto, os alunos insistiram na intervenção do MEC na universidade e a revogação da transferência da mantença da família Gama Filho para a Galileo.  Como resposta, ouviram do representante do MEC que estes temas devem ser tratados em novas reuniões com a presença de todas as partes envolvidas. O coordenador geral do Seres prometeu levar em consideração a adoção de um prazo curto para o cumprimento do TAC pela Galileo, segundo o Uol Educação.

Leitão ainda garantiu aos alunos que os estudantes conseguirão terminar a graduação com a garantia de qualidade de ensino. "Eu não tenho controle sobre todas as variáveis, mas posso afirmar que isso vai acontecer sim", disse em entrevista.

Docentes apoiam manifestação dos estudantes
No dia 17 de julho, o ANDES-SN divulgou o manifesto da Associação dos Docentes da UGF (ADGF) em apoio aos estudantes que ocuparam a Reitoria da universidade. (confira manifesto aqui). "Entendemos que é legítima e justa a ocupação que realizam, e que a pauta de vocês é, também, nossa pauta", afirmam os docentes em seu manifesto. No documento, os docentes ressaltam a ausência de uma legislação no Brasil que torne eficiente o controle social das mantenedoras e manifestam apoio à aprovação do Instituto Nacional d e Supervisão e Avaliação do Ensino Superior (Insaes), o Projeto de Lei 4.372/12, recentemente aprovado na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. "Apoiamos a moção de vocês pela aprovação do INSAES e notamos a necessidade de emendas que incluam o controle administrativo como pauta regulativa", cita manifesto da ADGF.

Crise se agravou em 2012
De acordo com matéria publicada no Uol Educação, a crise na Universidade Gama Filho e na UniverCidade se agravou em 2012. Cerca de 600 professores foram demitidos, segundo informações do sindicato. O grupo Galileo confirma 410 profissionais de educação mandados embora. Muitos dos professores demitidos ainda não receberam o dinheiro referente à rescisão de contrato.

Em abril, professores da Gama Filho e Univercidade cruzaram os braços em uma greve que durou cerca de um mês. Em maio, foi a vez dos alunos protestarem. Cerca de mil estudantes fizeram manifestação no campus da Gama Filho na Piedade, bairro da zona norte do Rio, contra a falta de infraestrutura da unidade e a demissão de professores e aumento das mensalidades.

O Grupo Adenor Gonçalves adquiriu o controle da Galileo Educacional em outubro de 2012. No início de 2013, mais 70 professores foram demitidos. No início do ano letivo os alunos da Gama Filho enfrentaram uma greve que se arrastou por cerca de 30 dias, provocando o atraso no calendário letivo.

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* Com informações do Uol Educação

* Foto retirada do blog da ADGF