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Docentes da UNIOESTE podem paralisar atividades na próxima quarta (24) para exigir contratação de docentes. Na UEPG docentes devem discutir indicativo de greve em 06 de agosto devido a cortes orçamentários. UNICENTRO pod

20 de Julho de 2013 às 01:27:02

Docentes da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) participam de assembleia na próxima terça-feira (23) para apreciar indicativo de greve para o dia 24 de julho, próxima quarta. Segundo o professor Antonio Bosi, diretor da Seção Sindical dos Docentes da Unioeste (Adunioeste), a possibilidade de paralisação se deve ao fato de o governo do estado ainda não ter contratado os mais 80 docentes aprovados no último concurso para a universidade. "São 85 docentes que foram aprovados no 31º concurso e que vão ocupar vagas geradas por aposentadorias, exoneração a pedido e falecimento", afirma Bosi.

Sobre o corte de recursos que o governo do Paraná anunciou e que já é sentido na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Antonio Bosi comenta que ainda não houve informação oficial e nem repercussão na Unioeste, mas que, caso isso aconteça, a Adunioeste também vai se manifestar para que as atividades de ensino, pesquisa e extensão da universidade não sejam prejudicadas.

Reunião do Fórum dos Sindicatos Docentes
O Fórum dos Sindicatos Docentes do Paraná se reunirá no dia 27 de julho para discutir várias pautas, entre elas, os cortes recursos que estão sendo aplicados às universidades do estado do Paraná e a demora na contratação dos professores já aprovados. "A questão da autonomia universitária também está na pauta da nossa reunião, em que pese a discussão da inclusão das universidades no sistema Meta 4, que retira destas IEES a autonomia para rodar sua folha de pagamento e gerenciar diversos aspectos da carreira dos professores e técnicos", explica o professor Denny William da Silva, presidente do Sindicato dos Docentes da Unicentro (Adunicentro).

Denny também informa que a escolha da cidade de Paranavaí para sede da Unespar, contrariando decisão do Conselho Universitário, que havia definido Curitiba, também será discutida na reunião no que se refere à autonomia, já que a decisão do governo pode ser revogada pelo Conselho Universitário, agora que a universidade está legalmente constituída.

Arrocho do governo do Paraná leva docentes a discutir greve na UEPG

Professores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) devem discutir indicativo de greve na próxima assembleia da categoria, marcada para o próximo dia 6 de agosto. O indicativo de greve é motivado pelo corte de recursos para as universidades promovido pelo governo do estado do Paraná. Segundo o Sinduepg, os cortes atingem vários setores, como custeio e investimento, e impactam diretamente os cursos de pós-graduação, as horas extras dos servidores e agrava os problemas da falta de funcionários e de professores.

O governador Beto Richa (PSDB) cortou 100% dos recursos do Programa de Apoio à Pós-Graduação (PROAP). Na UEPG, esta medida coloca em risco a garantia do funcionamento dos programas de pós-graduação. "O corte deve inviabilizar o funcionamento de muitos programas de pós-graduação no estado, considerando que apenas com o PROAP-Capes é praticamente impossível continuar a realizar as mesmas atividades sem prejuízos. Alguns cursos sequer recebem este apoio da Capes, o que significa ficar sem investimento algum", relata Sérgio Luiz Gadini, coordenador do Mestrado em Jornalismo da UEPG.

A medida faz parte do decreto anunciado pelo governo do Paraná no dia 8 de julho, que corta R$ 200 milhões da verba de custeio. As medidas afetam as horas extras dos servidores, além de cortes nos gastos com energia, combustível, telefonia, viagens, material de consumo, limpeza e conservação, vigilância, entre outros serviços de terceiros. "O próprio governo anunciou que isso não iria prejudicar áreas essenciais como saúde ou educação. Isso revela que ou o governo mentiu ou não considera o Ensino superior como educação" pondera a presidente do Sinduepg, Jeaneth Stefaniak.

Funcionamento das universidades é prejudicado com corte de horas extras
No caso específico da UEPG, o Restaurante Universitário já não está mais funcionando no período noturno. Isto afeta a muitos estudantes de fora da cidade ou mesmo em intercâmbio que dependem diretamente do RU. "O governo Beto Richa não deu qualquer solução para suprir a demanda de trabalho que deixa de ser realizada sem as horas extraordinárias. Com isso, o acúmulo de trabalho só aumenta para quem fica e, em alguns casos, professores se sentem obrigados a realizar tarefas administrativas para tentar manter seus cursos funcionando", comenta a vice-presidente do Sinduepg, Luciane Gross.

Para o Sinduepg, o problema do corte das horas extras está diretamente ligado ao baixo número de servidores das IEEs, já que na última década as universidades cresceram em número de cursos, alunos, porém a quantidade de funcionários - em alguns casos - reduziu. Isto obrigou os gestores a aumentar a carga de trabalho dos servidores através da ampliação das horas extras.

Demora na nomeação atrasa início das aulas e prejudica professores que esperam por vaga
Outro grave problema apontado pelo Sinduepg é a não contratação dos professores já aprovados em concurso público, o que chegou a causar o cancelamento do início das aulas do curso de Medicina na UEPG. Segundo o sindicato, com a falta de professores, muitos cursos precisam adaptar seus currículos a fim de garantir a continuidade deles, o que impacta na qualidade da formação dos estudantes, que não conseguem planejar suas atividades. "Além disso, isto prejudica o professor que, mesmo aprovado em concurso, não é chamado para assumir sua vaga. Há casos na UEPG do professor aprovado em concurso público, estar lecionando como colaborador e mesmo assim não mudar o regime de trabalho" completa Jeaneth Stefaniak, Presidente do Sinduepg.

UNICENTRO vai discutir paralisação em assembleia

Na UNICENTRO a falta crônica de funcionários tem levado os docentes a assumir cada vez mais funções administrativas além de acumular atividades de técnicos de laboratório. Este processo tem resultado em crescente sobrecarga de atividades aos docentes. De todas as Universidades estaduais do Paraná, a UNICENTRO é uma das que apresentam a pior proporção docente/funcionário. Diante deste quadro, no retorno do recesso, os docentes da UNICENTRO devem se reunir em assembleia para deliberar as ações a serem adotadas. Paralisação de advertência não está descartada.