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Após 82 dias, estudantes de medicina da UFSCar encerram greve e pedem fechamento de curso devido à falta de estrutura

08 de Junho de 2013 às 23:15:28



Movimento de alunos da UFSCar, em São Carlos (SP), durou 82 dias.


Concurso para preceptores foi aberto, mas há poucos inscritos.






Felipe Turioni Do G1 São Carlos e Araraquara












Estudantes de medicina da UFSCar fazem protesto de luto em São Carlos (Foto: Ely Venâncio/EPTV)Estudantes de medicina da UFSCar em protesto
durante greve  (Foto: Ely Venâncio/EPTV)

Após 82 dias de greve, estudantes do curso de medicina da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) anunciaram nesta quinta-feira (6) o fim da paralisação e fizeram um pedido de fechamento do curso devido à falta de estrutura. A decisão pelo fim do movimento foi definida em assembleia na terça-feira (4) e um documento deve ser entregue à reitoria cobrando providências. A greve teve início devido à falta de médicos preceptores, para orientação dos alunos nos postos de saúde. A assessoria de imprensa da UFSCar informou que nenhuma declaração oficial foi entregue e que a universidade não vai se pronunciar.

A paralisação foi finalizada mesmo sem a contratação dos preceptores, prevista em concurso criado pela Prefeitura. Os alunos reclamam da falta de incentivo dado aos médicos para se inscreverem. "Só três interessados se cadastraram no concurso porque o que é pago não é atrativo", afirmou a estudante Paula Tiemi Fujioka, uma das integrantes do movimento. O concurso foi lançado após aprovação de uma lei.

Segundo nota enviada pelos estudantes do 1º ao 4º ano, as condições do contrato deixam a desejar. "São precárias e vexatórias e o resultado é que quase nenhum médico da cidade de São Carlos aceita ser preceptor do curso de medicina da UFSCar porque esse emprego lhes paga aproximadamente R$ 19 com os descontos", manifestaram-se os alunos. Procurada, a Prefeitura não comentou o assunto.

Outros problemas
No documento os alunos apresentam também outros problemas do curso. "Estamos hoje sem Hospital Escola, sem prédios e laboratórios, que estão atrasados há anos, numa política que não pode se dar ao luxo de planejar e garantir uma estrutura antes de abrir um curso", dizem os estudantes.

"Diante de tudo isso e já que a universidade não oferece o que precisa, mesmo depois de duas reuniões em Brasília, esperamos que tenham definitivamente uma solução do problema ou que fechem o curso", afirmou a estudante Paula, que está no 3º ano.

No documento que será entregue à reitoria, os estudantes dizem que não querem ser "coniventes com a negligência da formação de novos médicos no Brasil". "Os alunos pedem que o curso seja fechado para evitar que outros estudantes entrem numa estrutura que não é compatível com o ensino da medicina", afirmam.

Movimento
Em greve desde 15 de março, os alunos paralisaram todas as atividades no curso de medicina, já que 77% da carga horária eram tomadas por práticas profissionais que passavam por impasse entre a Prefeitura e a reitoria.