Direção do HU da UNIRIO usa como método a chantagem junto à comunidade universitária para forçar a adesão à Ebserh e, intencionalmente prejudica atendimento à população
07 de Junho de 2013 às 18:07:54
A direção do Hospital Universitário Gafreé e Guinle (HUGG), da UNIRIO, está fazendo de tudo para pressionar a comunidade acadêmica e a opinião pública a aprovar a adesão à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), incluindo prejudicar o atendimento à população. Sob a alegação que o HUGG só tem recursos para se manter em funcionamento até junho, o diretor do hospital está demitindo os extraquadros, fechando leitos, suspendendo as altas da CTI - o que impede a realização de cirurgias complexas -,desmarcando cirurgias agendadas e suspendendo as internações.
De acordo com a presidente da Associação dos Docentes da UNIRIO, Elisabeth Orletti, a ação não passa de uma manobra que tem como objetivo aterrorizar estudantes, funcionários e usuários do hospital, procurando convencê-los de quem sem a Ebserh, o HUGG não terá condições de funcionar. Afinal, à Ebserh não trará novos recursos financeiros ao hospital universitário , o montante destinado será o mesmo. O que muda com a adesão à empresa de direito privado é que o Governo Federal, ao invés de destinar a quantia diretamente para os hospitais universitários, irá transferir o dinheiro para a Ebserh.
"Nesses últimos seis meses, o atendimento no Gafreé e Guinle melhorou bastante, inclusive o hospital comprou uma gama de novos equipamentos. Como a direção do HUGG começa a fechar tudo, de uma hora para outra?", questiona Orletti. A presidente da ADUNIRO ressalta ainda que em audiência com os três segmentos da Universidade, o reitor Luiz Pedro San Gil Jutuca garantiu que os recursos para o hospital estavam garantidos até o dia 31 de julho.
"Na próxima terça-feira, dia 11, às 16h, estamos convocando um debate no anfiteatro do HUGG para avaliar o real diagnóstico do nosso hospital universitário e começar a pensar perspectivas para o enfrentamento de uma possível crise. Além disso, nossa assessoria jurídica vai preparar uma notificação ao Ministério Público sobre a situação do Gafreé e Guinle. Continuaremos mobilizados contra a privatização do HUGG e em prol de um hospital universitário público, gratuito e de qualidade", finalizou Elisabeth.
Com edição do ANDES-SN