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Governo do Estado da Bahia corta salários dos docentes. Assembleias reagem com greve por tempo indeterminado. Fórum de Reitores emite nota em favor dos grevistas

09 de Maio de 2011 às 13:59:25

O Fórum de Reitores das Universidades Estaduais da Bahia, considerando o contexto atual e a suspensão do pagamento dos salários dos docentes, ato que fere a autonomia universitária, vem prestar esclarecimentos à comunidade e ao público em geral.

Os professores das universidades estaduais encontram-se em greve, em virtude de impasse nas negociações com o Governo do Estado, sobretudo no que se refere à proposta de incorporação da gratificação sobre as Condições Especiais de Trabalho (CET), acordada entre as partes. A greve foi motivada pela inclusão na proposta, por parte do governo, de uma cláusula, transcrita a seguir em sua versão atual, que trata das condições para futuros reajustes salariais: "a incorporação descrita no item 1 compõe o Acordo Salarial da Mesa Setorial do Magistério Superior para os exercícios de 2011 a 2014, e será efetivada sem prejuízo do reajuste anual dos servidores públicos estaduais concluindo as negociações sobre incorporações e ganhos reais de salários. Quaisquer outras reivindicações que impliquem em impacto financeiro sobre os salários serão objeto de discussão em Mesa Setorial e, caso acordadas, terão seus efeitos financeiros vigentes a partir de 2015".

Em sua pauta de negociação, o movimento docente solicita, ainda, a revogação da Portaria 12.583, de 09/02/2011, que interfere na autonomia e no funcionamento das Universidades Estaduais, ao impor, na prática, contingenciamento das cotas mensais (QCM) dos seus respectivos orçamentos.

No momento, além da greve dos docentes das quatro Universidades, estão paralisados também os servidores da UESC e os discentes da UESB e UESC, em lutas por suas reivindicações específicas. O Fórum de Reitores tem acompanhado e, em vários momentos, buscado a mediação nas negociações entre o movimento docente e o Governo do Estado, bem como, quanto às reivindicações dos servidores técnico-administrativos das IES.

É fato que as Universidades Estaduais da Bahia apresentam um constante e natural crescimento em todos os seus indicadores de produção acadêmica e de atuação social, espelhando os processos de qualificação do corpo docente, de consolidação e ampliação da pesquisa e pós-graduação, de implementação da extensão e de ampliação da oferta de cursos e de vagas institucionais na graduação, em resposta a demandas sociais e acadêmicas devidamente qualificadas. Este crescimento reafirma o compromisso das IES baianas com a transformação dos indicadores socioeducacionais da Bahia e, de outro lado, impõe demandas de recursos humanos e materiais que têm determinado dificuldades operacionais e situações de crise diversas.

O Fórum de Reitores considera a gravidade do atual cenário, ao tempo em que reafirma seu compromisso com a defesa da autonomia como condição básica para o desenvolvimento da Universidade Pública Estadual. E, ao fazê-lo, ratifica sua disposição para intermediar a busca do entendimento em prol do avanço das negociações, com respeito à legitimidade do movimento dos três segmentos universitários (servidores docentes, servidores técnico-administrativos e discentes).

Entende, este Fórum, que a melhoria das condições de trabalho e de funcionamento são anseios legítimos para a construção desse referencial de Universidade, que toda a comunidade universitária e a sociedade baiana desejam.

José Carlos Barreto de Santana

Reitor da UEFS e Presidente do Fórum

Antonio Joaquim Bastos da Silva

Reitor da UESC

Lourisvaldo Valentim da Silva

Reitor da UNEB

Paulo Roberto Pinto Santos

Reitor da UESB