Docentes em greve cobram de Dilma Rousseff abertura imediata de negociação. Docentes afirmam que a greve nasceu da insatisfação diante da desestruturação da carreira, de salários defasados e da precariza&cc
11 de Julho de 2012 às 21:42:35No documento, professores lembram a presidente Dilma do compromisso assumido em seu discurso de posse em priorizar a Educação
Os professores do Comando Nacional de Greve do ANDES-SN realizaram na manhã desta quarta-feira (11) um ato em frente ao Palácio do Planalto para solicitar à presidente Dilma Roussef a abertura imediata de negociação.
Os docentes levaram uma carta endereçada à presidente, na qual apontam que a pauta do movimento grevista "nasce da insatisfação da categoria docente diante da desestruturação da carreira, de salários defasados - dentre os mais baixos do funcionalismo público federal, comparando-se formação equivalente - e da precarização das condições de trabalho, que se dá tanto pela falta de pessoal docente e técnico administrativo quanto pela insuficiência da infraestrutura física. Isso inviabiliza concretizar a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, prevista no artigo 207 da Constituição Federal."
No documento, recordam que "em seu discurso de posse na Presidência da República, [Dilma] ressaltou que "Junto com a erradicação da miséria, será prioridade do meu governo a luta pela qualidade da educação, da saúde e da segurança.", e que "...só existirá ensino de qualidade se o professor e a professora forem tratados como as verdadeiras autoridades da educação, com formação continuada, remuneração adequada e sólido compromisso com a educação das crianças e jovens." Leia aqui a íntegra do documento.
Uma comissão de representantes dos docentes foi recebida por Wlamir Martines, assessor da Secretaria Geral da Presidência da República. Marinalva Oliveira, presidente do ANDES-SN, fez um resumo do processo de reestruturação da carreira dos professores federais, lembrando que o mesmo teve início em 2011 e até agora o governo ainda não apresentou uma proposta aos docentes.
Ela ressaltou que a extensão da greve, que já dura quase dois meses, é responsabilidade do governo, o qual se mantém intransigente em não negociar com os professores.
"A greve segue forte e com apoio da sociedade. Viemos aqui porque entendemos que cabe a presidente dar uma resposta a população e à nossa categoria no sentido de por fim ao impasse", frisou.
Foi agendada para às 15h30 desta quarta (11), uma reunião dos representantes do Setor da Educação em greve (ANDES-SN, Sinasefe e Fasubra) com o assessor especial da Secretaria-Geral da Presidência da República, José Lopes Feijó, e com secretário Executivo da Secretaria Geral da Presidência da República, Rogério Sottilli.
Marinalva ressaltou que seria de extrema importância a presença do Ministro da Secretaria Geral da Republica, Gilberto Carvalho, cuja participação não foi confirmada por Martines.
Na saída do Palácio do Planalto, a comissão dos docentes em greve encontrou com o Secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento (SRT/MP), Sérgio Mendonça, que chegava ao prédio para uma reunião.
A presidente do ANDES-SN cobrou de Mendonça o agendamento de uma reunião. O representante do Planejamento foi evasivo e apenas disse que tudo irá ser resolvido na hora certa, resposta que parece ter sido adotada como padrão pelos membros do executivo.