Conselho Administrativo da Universidade irá se reunir para discutir a demanda na sexta-feira (31). Falta de professores impediria continuidade do ano letivo na Instituição
O Conselho Universitário da UEPG se reunirá na próxima sexta-feira (31) para discutir a suspensão do calendário acadêmico de 2017. A proposta entrou em pauta depois que a Reitoria da UEPG recebeu um ofício da Casa Civil que autoriza a contratação de apenas 10% das horas-aulas requeridas pela Universidade. Caso a Reitoria siga a determinação, a UEPG teria que demitir mais de 130 professores colaboradores, além de deixar de contratar os docentes aprovados no teste seletivo realizado em fevereiro deste ano. Caso o Conselho opte pelo cancelamento na reunião, o calendário será suspenso.
A decisão de convocar uma reunião extraordinária do Conselho Universitário foi tomada nesta segunda-feira (27) durante um encontro do Conselho Administrativo da UEPG. Segundo o reitor da Instituição, Luciano Vargas, o ofício da Casa Civil do Governo do Estado foi recebido no final da sexta-feira (25) e representa “mais um arrocho” contra as atividades realizadas no ensino público. “É algo inviável de ser seguido”, criticou o reitor.
Vargas explicou que o ofício traz uma resposta do Governo sobre o pedido de contratação de professores colaboradores. “Nós pedimos a contratação de 6.800 horas de professores colaboradores, o Estado respondeu afirmando que seria possível contratar apenas 688 horas, para isso poderíamos contar com apenas 17 professores colaboradores, atualmente já temos mais de 130 com contrato vigente”, contou o reitor.
A determinação da Casa Civil foi recebida no final da tarde desta sexta-feira (25) e mobilizou também representantes sindicais. A professora Rosangela Petuba, presidente do Sindicato dos Docentes da UEPG, afirma que a situação ainda está sendo discutida pelo sindicato, mas demonstrou preocupação com o assunto. “Caso uma determinação do tipo fosse seguida, a UEPG não teria a mínima condição de funcionar”, comentou Rosangela.
O reitor explica que a falta de professores colaboradores tem prejudicado as mais variadas atividades da UEPG. Vários cursos da instituição estão sem aulas em algumas disciplinas, mesmo após um mês da data de início oficial do ano letivo. O próprio Vargas, professor concursado de Engenharia Civil da UEPG, tem acumulado a função de reitor e lecionado duas disciplinas para os alunos do curso. “Essa é uma situação que acontece em todos os cursos”, contou Vargas.
A reunião do Conselho Universitário está marcada para a próxima sexta-feira (31) na Sala dos Conselhos, no Campus de Uvaranas. De acordo com informações da assessoria de comunicação da UEPG, caso a reunião conte com grande participação do público o encontro poderá ser transferido. A suspensão do calendário universitário provocaria a interrupção das aulas por tempo indeterminado na instituição. Reitoria e Sindicato concordam no fato de que a medida prejudicaria de maneira substancial as atividades da UEPG.
Reitor ressalta expansão de atividades
Luciano Vargas ressalta que a Universidade tem atualmente contrato firmado com 158 professores colaboradores e aguarda a contratação de outros 105 aprovados em teste seletivo em fevereiro. Vargas garante que a UEPG já realizou dois concursos públicos para o cargo de professor e aguarda a nomeação dos aprovados no certame. “Além disso, tivemos a abertura de novos cursos na instituição, como é o caso de Medicina e Artes, além de uma expansão considerável das atividades da pós-graduação, isso tudo requer mais professores colaboradores para manter a qualidade do ensino”, afirmou o reitor.
Serviços seriam prejudicados
Segundo Vargas, caso a medida do Governo Estadual seja seguida, vários serviços que a UEPG presta à comunidade seriam impossibilitados ou mesmo cancelados. “O atendimento na clínica odontológica e do núcleo de Práticas Jurídicas, por exemplo, estariam inviabilizados, além disso as atividades de pesquisa e extensão seriam interrompidas já que nosso quadro de professores se ocuparia apenas da atividade dentro de sala de aula”, critica Vargas.
Medida não representa economia, diz reitor
Na visão do reitor, a implementação da medida 'sugerida' pela Casa Civil não representaria economia aos cofres do Estado, na verdade traria prejuízo ao erário público e principalmente a educação pública do Paraná. "Nós teríamos que romper contratos já firmados, pagar os colaboradores e eles ainda não dariam aula, é uma medida inócua do ponto de vista financeiro e terrível para a UEPG", considerou Vargas.
Fonte: A Rede