Governo Richa corta 55,21% das horas destinadas para contratação de docentes na Unicentro e mergulha a universidade em grave crise
26 de Março de 2017 às 21:20:55Para exemplificar a gravidade de tais cortes: no caso da UNICENTRO a necessidade de contratação era 10.770 horas e o governo autorizou apenas 5.946, um corte de 55,21%. Na UEM o corte foi de 60,30%, 9.551 horas das 15.840 horas solicitadas.
O Chefe da Casa Civil e presidente da Comissão de Política Salarial-CSP do governo do Paraná, Valdir Rossoni, encaminhou dia 24/03/2017, o Oficio CCE/CC – 990/17 à Universidade Estadual de Maringá. Neste informa que a CSP decidiu, em 22/03/2017, liberar APENAS 6.289 horas frente às 15.840 horas solicitadas pela reitoria da UEM para contratação de Professores Temporários e a manutenção dos cursos de graduação. Vale ressaltar que no dia 21/03/2017 os reitores se reuniram com o governador Beto Richa, apresentando as necessidades das IEES, e foram informados que a CSP se reuniria no dia 23/03/2017, informação confirmada pelo Secretário da SETI João Carlos Gomes. Porém, no dia 23/03/2017 reitores e sindicatos receberam a informação de que a reunião foi transferida para o dia 27/03/2017. Estranhamente esse Oficio registra que esta reunião aconteceu no dia 22/03/2017. Este fato apenas demonstra a forma DESRESPEITOSA e MENTIROSA que este governo lida com os servidores públicos do Paraná.
O critério criado pela comissão para justificar a diminuição considerou uma suposta e distorcida média nacional da relação entre professor/aluno a partir da qual o sistema paranaense de ensino superior público (7 universidades) seria “deficitário” relativamente aos números nacionais.
Como sempre o governo ignora a complexidade da produção acadêmica e científica das universidades paranaenses e nos compara, por exemplo, com instituições cujo regime de trabalho é horista.
Pelo documento enviado a UEM, o qual tivemos acesso, o governo afirma ainda que pretende elaborar “a padronização dos critérios de horas dos docentes efetivos, tendo em vista as disparidade de critérios entre as IEES.” Isso significa que o governo irá tomar novas medidas para intensificar o trabalho dos docentes efetivos, com a ampliação da carga horária em sala de aula para suprir o corte da contratação de professores temporários. Tais medidas terão significativos impactos negativos sobre o desenvolvimento da pesquisa e atividades de extensão junto ã sociedade, dado que além de não convocar os docentes aprovados em concurso público, também agora busca restringir a contratação dos temporários.
Paralelamente, o governo ignora a importância das responsabilidades acadêmicas desenvolvidas pelos professores colaboradores e de forma rasa busca impor um corte de 55% nos salários destes docentes:
Tudo isso explicita o tratamento absolutamente desrespeitoso de um governo que tem, por hábito, não cumprir acordos e a palavra empenhada, que saqueou nossa previdência, que negou a reposição salarial de todos nós servidores públicos do estado, que descumpriu os acordos trabalhistas e que, agora, ataca nossos direitos e empregos em nome da “diminuição de despesas”. Ao que parece, não há, na sequência de todos esses fatos, espaço para real diálogo entre as sete instituições de ensino superior e este governo. Beto Richa e seus secretários continuam impondo medidas que levarão ao desmonte das universidades estaduais paranaenses, comprometerão a função social de tais instituições quanto à formação de profissionais na graduação e pós-graduação, à produção da pesquisa e à prestação de serviços em diversas áreas, desassistidas pelo Estado, como por exemplo, os serviços oferecidos pelas clínicas e hospitais universitários.
Para responder aos ataques, os docentes da Unicentro serão convocados para se reunirem em Assembleia Geral em data a ser marcada.
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Informações da Adunioeste e Sesduem, edição da Adunicentro