Se prepare para trabalhar até não poder mais, ou resista à investida pretendida pelo governo federal contra a previdência
08 de Janeiro de 2016 às 15:57:16Prepare-se pra trabalhar até não poder mais! A presidente Dilma Rousseff admitiu ontem que o País deverá encarar uma nova reformada Previdência Social em 2016. Entre as mudanças, o Brasil pode adotar idade mínima de até 65 anos nas aposentadorias, obrigando o povo a ralar até de bengala antes de dependurar a chuteira.
A falácia do déficit visa a atender a interesses do setor financeiro privado, que deseja o enfraquecimento da previdência social pública para que todos os trabalhadores passem a constituir fundos privados de previdência sujeitos a regras de mercado e sem garantia do Estado.
Discutido durante um café da manhã de Dilma com jornalistas, em Brasília, o assunto causa arrepios em muita gente. Até na presidente da República, que se preocupa com o fato de os brasileiros envelhecerem cada vez mais. Segundo ela, isso torna inviável o País manter a média de idade atual de aposentadoria, que é de 55 anos.
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“Nós estamos envelhecendo mais e morrendo menos. A expectativa de vida nos últimos anos aumentou de forma significativa: 4,6 anos. Assim, não é possível que a idade média de aposentadoria no Brasil seja de 55 anos”.
Ela admitiu que uma idade mínima pode ser criada. Mas também deu outras possibilidades para descascar o abacaxi, como mudar o fator 85/95, em vigor desde novembro e que leva em conta dois números: o tempo de contribuição do cidadão e a idade dele.
Perguntada sobre o alcance da reforma, Dilma foi curta e grossa. “Não se pode achar que isso vai afetar os direitos adquiridos. As coisas afetam daqui para frente, com um tempo de transição”.
Questionamento - Só que, em um português claro, não é todo mundo que compra a ideia de que a Previdência Social está quebrada.
O presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (ANFIP), Vilson Romero, garante que o INSS dá lucro no setor urbano e teve superávit de R$ 54 bilhões em 2014.
Segundo Maria Lucia Fattorelli, cabe esclarecer que o cálculo do falacioso déficit por parte de setores do governo e mídia tem sido obtido de forma totalmente equivocada, pois consideram somente a contribuição direta da folha de pagamento, deixando de computar as demais contribuições sociais, especialmente a COFINS (Contribuição para o financiamento da Seguridade Social) que é paga principalmente pela classe trabalhadora, tendo em vista que está embutida nos preços de tudo que consumimos. A Seguridade Social passou a ser sustentada também pela CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), incidente sobre o lucro das empresas, entre outras fontes. Não faltam recursos.
Com informações de ANFIP, Expresso Popular e Auditoria Cidadã da Dívida