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Professores das Universidades Estaduais da Bahia em greve fecham rodovias no Estado

05 de Outubro de 2015 às 10:11:48


Os docentes das quatro Universidades Estaduais da Bahia (Ueba) promoveram o fechamento de rodovias em todo o estado nesta quinta-feira (7), reivindicando avanço nas negociações com o governo. A categoria, em greve há 55 dias, cobra o respeito aos direitos trabalhistas e investimento adequado para as universidades. Os grevistas responsabilizam o governo Rui Costa pela continuidade da paralisação e pela permanência de mais de 60 mil estudantes fora de sala de aula.


Os professores das universidades Estadual da Bahia (Uneb), Estadual de Feira de Santana (Uefs), Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) Estadual de Santa Cruz (Uesc) interromperam o trânsito na BR 101 – em frente à Uneb de Eunápolis -, BR 119 – altura da Lagoa das Flores, em Vitória da Conquista -, BR 116 Norte – em frente à Uefs, em Feira de Santana, e BR 415, próxima à Uesc, em Ilhéus.



Segundo os representantes do Fórum das Associações Docentes (Fórum das Ads), que reúne as seções sindicais do ANDES-SN na Uneb, Uefs, Uesb e Uesc, o protesto é para denunciar e dar visibilidade à crise financeira das instituições. Há quase dois meses em greve, os professores enfrentam a intransigência do governo em iniciar negociações efetivas e o descaso com o sucateamento das universidades.


Crise orçamentária
Desde 2011, os professores reivindicam o aumento do repasse orçamentário para, no mínimo, 7% da Receita Líquida de Impostos (RLI), para começar a reverter a situação precária das instituições. O estrangulamento orçamentário imposto pelo governo estadual, nos últimos dois anos, foi intensificado pelo recente corte de R$ 19 milhões das rubricas de custeio e investimento.



Alguns dos impactos da falta de orçamento são a ausência de materiais e equipamentos em laboratórios e salas de aula; falta de infraestrutura como energia elétrica e telefone; aulas de campo canceladas por falta de combustível em veículos.
O problema também afeta estudantes, que exigem uma política de permanência estudantil. Muitos são obrigados a abandonar a universidade e a possibilidade de maiores chances profissionais devido ao atraso nas bolsas de auxílio, da ausência de moradia estudantil e refeitório universitário. Pagamentos de serviços terceirizados como segurança e limpeza também sofrem constantes atrasos.


Negociação
Para que as negociações possam avançar, o movimento docente, apresentou na última segunda-feira (06), uma contraproposta ao governo. Os principais pontos são relativos à suplementação orçamentária ainda para este ano, para reaver os R$ 19 milhões cortados em anos anteriores e corrigidos pela inflação do período; o aumento da RLI para 2016; a revogação da Lei 7176/97, que retira a autonomia de gestão das universidades; a ampliação do quadro de vagas docente; e o respeito aos direitos trabalhistas, com a garantia da implantação, por suplementação de recursos, de todos os processos de promoções, progressões e alterações de regime de trabalho.


*Com informações e fotos da Adufs SSind., Aduneb SSind. e Adusb SSind.


Fonte: ANDES-SN