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Governo Beto Richa coloca o Paraná em dificuldades financeiras mas quer que os servidores públicos paguem 81% desta conta

04 de Outubro de 2015 às 20:50:52

O funcionalismo paranaense, formado por 292 mil servidores ativos e inativos, está arcando com 81% do ajuste fiscal do governo Beto Richa (PSBD). A conclusão é do economista Cid Cordeiro, convidado pela bancada de oposição para participar de uma audiência pública sobre o equilíbrio orçamentário e financeiro do Paraná na manhã desta quarta-feira (20) na Assembleia Legislativa.


Levando em consideração todas as medidas do ajuste fiscal implementadas pela gestão Richa entre 2014 e 2015, como a instituição da contribuição previdenciária para aposentados e pensionistas, aumento de 40% do IPVA, aumento do ICMS para 90 mil produtos, instituição da Nota Fiscal Paranaense, criação do Cadastro Informativo Estadual (Cadin) e a reforma na previdência, a responsabilidade dos servidores na conta final do ajuste chega a 77%.


Se contabilizado o dinheiro economizado com a implementação da data-base do funcionalismo de 5%, conforme sinalizou o Palácio Iguaçu nesta semana, em vez de 8,17%, a responsabilidade dos professores, policiais, agentes penitenciários, profissionais da saúde, trabalhadores das universidades e demais servidores no ajuste alcança 81%.


Do total de R$ 2,488 bilhões que o governo estima economizar com as medidas do ajuste fiscal, descontadas as vinculações constitucionais, R$ 2,025 bilhões sairão do bolso do funcionalismo. “Os servidores não participam do governo, mas pagam a conta”, resumiu Cordeiro.


O economista apresentou os fatores que causaram o rombo no caixa do Paraná, estimado atualmente em mais de R$ 3 bilhões. Segundo ele, o Estado registrou acréscimo de 60% na receita nos últimos quatro anos, sendo entre 15% e 20% de aumento real. “O desequilíbrio está no gasto da gestão Richa, não na receita.”


A audiência pública reuniu deputados, dirigentes da APP-Sindicato e demais sindicatos dos servidores. Os secretários da Casa Civil, Eduardo Sciarra; Fazenda, Mauro Ricardo Costa; Administração e Previdência, Dinorah Nogara e Educação, Ana Seres Trento Comim foram convidados para representar o governo, mas nenhum deles compareceu à reunião.


Líder da oposição, o deputado Tadeu Veneri (PT) pediu que os servidores se mantenham unidos. “É inconcebível que o governo esteja jogando nas costas dos servidores uma responsabilidade que é unicamente sua. Foi a incompetência administrativa do governo Richa que quebrou o Paraná.”


O deputado Professor Lemos, líder do PT, ressaltou que o governo tucano está comprometendo o futuro do Paraná. “Agora o governo está sinalizando a venda de fatias da Sanepar e Copel e a renovação dos contratos do pedágio para fazer caixa. Este é o modus operandi deste governo, que precisa ser combatido todos os dias.”


Participaram os deputados Chico Brasileiro (PSD), Evandro Araújo (PSC), Nelson Luersen (PDT), Nereu Moura (PMDB), Péricles de Mello (PT), Rasca Rodrigues (PV) e Tercílio Turnini (PPS).


Com informações da Liderança da Oposição na ALEP