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Declaração do Reitor da UNICENTRO na imprensa motiva moção de repúdio por mais de duas dezenas de entidades

04 de Outubro de 2015 às 20:45:18

“Não confunda a violência do opressor, com a resistência do oprimido” Malcom X


Moção de Apoio ao movimento de greve da UNICENTRO à Profa. Dra. Rosemeri Moreira em repúdio ao Reitor ALDO BONA


Temos a manifestar nossa indignação com diversos termos utilizados pelo Reitor Aldo Bona, em entrevista à Rádio Cultura de Guarapuava, nesta última quinta-feira (07). Nela, o Reitor da UNICENTRO compara e dá peso equivalente às agressões múltiplas das quais professores e estudantes da universidade foram vítimas no dia 29/04, por parte da PM comandada pelo Governador Beto Richa, com um mero ‘panelaço’ em frente a algumas salas de aula que tentam furar a greve.


Os cerca de 400 membros da comunidade universitária da UNICENTRO que estiveram na Praça Nossa Senhora da Salete, entre os dias 27 e 29 de abril, têm motivos para se ofender com a comparação tecida pelo Reitor Aldo Bona. Os que lá estiveram, de mãos nuas, enfrentando cães, bombas, cavalos, helicópteros, atiradores de elite, etc… estavam respeitando e dando consequência a uma decisão democrática, aprovada por unanimidade, em Assembleia Docente; a qual deliberou pela greve em resposta à tentativa de reforma da previdência. A Assembleia é o espaço mais democrático de uma Universidade. Ali, todo docente têm direito a voz e voto e ninguém se faz representar por outro. Cada um representa a si próprio e opina, apresenta sua proposta, a defende e no final tudo se resolve no voto. Já os que furam a greve tomam uma decisão pessoal que desrespeita uma democrática decisão da maioria. Qual o sentido de democracia se não se respeita a decisão da maioria construída no debate e no voto? Democracia não funciona por adesão: ‘se eu concordo eu acato, se não concordo não acato’. Caso fossem compreendidas assim as decisões dos Conselhos Superiores da UNICENTRO, como seria?


O Docente que fura a greve, ao exercer o seu suposto direito, dificulta ou inviabiliza o direito real da maioria dos docentes. Ao não respeitar a decisão de Assembleia, o docente que fura a greve põe em cheque o movimento, denuncia a própria greve. Mas, ao resistir à resistência contra o governo, ele luta contra os colegas que lutam.


‘Bater panelas’ é uma legítima ação que busca fazer ser respeitada uma decisão democrática construída em assembleia com debate e voto. Aqueles que pretendem furar a greve tiveram o mesmo direito de expor sua posição à frente de todos, defendê-la e vê-la votada na assembleia.


A Professora relacionou as ‘relações umbilicais’ entre a reitoria e a prefeitura de Guarapuava, cujo grupo político é ligado ao governo do estado. A revelação deste fato não deveria incomodar o Reitor Aldo Bona. Não é de desconhecimento da comunidade universitária que o Reitor Aldo Bona é membro do PSD, o mesmo partido do Chefe da Casa Civil Eduardo Sciarra e que, portanto, deve cumprir obrigações partidárias. Também o Reitor Aldo Bona foi cotado para ser candidato deste partido a Deputado Federal nas eleições de 2014, tendo sido preterido em favor do vereador Edony Kluber, cuja dobradinha seria com a então candidata e agora Deputada Estadual Cristina Silvestri. Apesar de, na posse dos Chefes de Departamento em Irati, no mês de fevereiro, Aldo afirmar que era necessário ‘enfrentar este governo’, ele mantém há tempos, pretensões de ser parte do escalão do Governo Beto Richa, como em 2012, para a SETI e agora, mais recentemente, quando foi anunciada a ida de João Carlos Gomes para a SEED, tendo Aldo Bona sido novamente anunciado como cotado a ocupar aquela Secretaria de Estado.


Outra parte da fala da professora se refere ao silêncio de nosso Conselho Universitário acerca de todo este processo de greve e, mais grave ainda, o silêncio após o massacre em que a UNICENTRO teve 15, dentre os 200 feridos no dia 29/04. Não é mais de desconhecimento geral da UNICENTRO que os Conselhos Superiores das demais Universidades têm tido um papel mais ativo e participativo neste dramático momento pelas quais atravessam nossas instituições de ensino superior.


Por fim, causou muita estranheza o Reitor Aldo Bona levar para toda a sociedade de Guarapuava e região uma acusação de que a Profa. Dra. Rosemeri lhe fez críticas por ter supostas intenções eleitorais para a reitoria. Tendo tratado esta questão em uma rádio de grande alcance na região, isto legitima que as entidades abaixo relacionadas possam emitir sua posição sobre o assunto. Chamou a atenção o fato do Reitor Aldo Bona tentar desqualificar os argumentos da Profa. Dra. Rosemeri, alegando interesses eleitorais. Leva, o Sr. Reitor, a discussão para outro campo ao qual a professora não se referiu, mas que parece assombrá-lo. Se todo docente que fizer alguma crítica à sua gestão for um potencial candidato, então a UNICENTRO já deve ter centenas de candidatos para reitor neste ano. Tentar desqualificar um crítico acusando-o de ter pretensões eleitorais mostra que o Sr. Reitor é avesso à crítica, à discordância e ao princípio democrático da alternância de poder. Pretende lançar suspeita sobre as intenções dos que não concordam com ele e buscar sua vitimização. Também não é crime algum alguém ter pretensões eleitorais para a reitoria. Afinal, este cargo não é exclusividade de alguns ‘natos’. Não há disputa eleitoral para a reitoria da UNICENTRO desde 2003, ou seja, 12 anos.


Neste sentido, concebendo a universidade como um espaço democrático, acreditamos que a Profa. Dra. Rosemeri Moreira trouxe elementos importantes para o debate plural na UNICENTRO.


Sendo assim, as entidades, coletivos e Grupos de Pesquisa abaixo relacionados manifestam seu apoio à Profa. Dra. Rosemeri Moreira e ao movimento de greve da universidade em repúdio ao ataque que sofreu por parte do Reitor da UNICENTRO Aldo Bona:


Assinam:


APUFPR – Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná – Seção Sindical do ANDES-SN


Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulista (moção aprovada pelo 8º Congresso da entidade)


APP – Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná – Curitiba


ADUNICENTRO – Seção Sindical do ANDES-SN na Unicentro


SESDUEM – Seção Sindical do ANDES-SN na UEM


SINDUEPG – Sindicato dos Docentes da UEPG – ANDES-SN


DCE – Diretório Central dos Estudantes – Unicentro


União Paranaense dos Estudantes – UPE


Grupo de Pesquisa Cultura, Relações de Gênero e Memória- Campus de Marechal Rondon, UNIOESTE.


Laboratório de História Ambiental e Estudos de Gênero – LHAG – UNICENTRO


Sociedade, Natureza e Meio Ambiente – Instituto Federal do Sergipe – SONMA – IFS (Cnpq)


Grupo de Pesquisa Educação Física e Educação Profissional  (Cnpq) – Instituto Federal do Rio Grande do Sul.


Coletivo Feminista Claudia da Silva – Guarapuava


Assembleia Nacional de Estudantes – ANEL


APP – Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (Núcleo Guarapuava)


Marcha Mundial das Mulheres – PR


União da Juventude Socialista – UJS – Guarapuava


União da Juventude Socialista – Feminista – Guarapuava


Marcha das Vadias – Curitiba


Espaço Guarapuavano da Diversidade


Coletivo de Estudos de Gênero e Feminismo – UEPG


Laboratório de Investigação em Corpo, Gênero e Subjetividade na Educação (LABIN-UFPR)


Grupo de Estudo e Pesquisa em Patrimônio e Memória (GEPPM/UFC-Cnpq) – Universidade Federal do Ceará


Núcleo de Estudos sobre Memoria e Conflitos Sociais (COMTER – Universidade Federal do Ceará – UFC)