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PROTESTOS PULVERIZADOS MINISTRO?

04 de Outubro de 2015 às 18:21:58

A greve dos caminhoneiros que dura mais de uma semana, além de engrossar a fila dos protestos de outras categorias como saúde, educação e detran, vem chamar nossa atenção para outro problema que é a condição de trabalho a que esses profissionais estão sujeitos.


Os empresários ressaltam os prejuízos que ocorrem quando os profissionais do transporte de cargas param, segundo eles os danos vão desde o desabastecimento das cidades, prejudicando a cadeia agrícola, até as perdas na exportação.


Os caminhoneiros ocuparam os principais trechos das rodovias federais, formando filas ao longo da rodovia, intercalando bloqueios e liberações dessas estradas. Embora a polícia rodoviária tenha liberado várias rodovias, após a chegada da Força Nacional, a decisão tomada foi de ocupar as rodovias estaduais. Decisão tomada pelo comando de greve dos autônomos e que foi rapidamente espalhada pelo país via whatsapp.


A pauta de reivindicações foi apresentada ao Ministro da Secretaria Geral da Presidência da República – Miguel Rosseto que, em contrapartida, trouxe as propostas do governo para que a greve fosse encerrada. Dentre as reivindicações da categoria, destacamos o preço do frete, a carência de doze meses para os contratos de compra de veículos, redução no valor dos pedágios para eixo erguido e diminuição do valor do diesel.


Segundo Antonio Leineker, Presidente da Cotrag (Cooperativa dos Transportadores Autônomos de Guarapuava), o frete atualmente segue um lógica que não favorece o profissional, o que a categoria quer é que ele seja tabelado – por eixo e por Km rodado, acabando assim, com o preço do frete retorno.


A cooperativa tem (82) oitenta e dois cooperados que transportam, dentre outras coisas, papel, carvão ativado, compensado, grãos e embalagens. A perda do contrato com uma empresa do ramos de papéis, aqui da região, foi um grande golpe para os caminhoneiros. Para Leineker, isso se deu, tendo em vista as exigências da empresa contratante que pede uma frota de no máximo 5 (cinco anos). Para o motorista autônomo é muito difícil manter um carro tão novo, pois o valor do financiamento é alto e as despesas com combustível e pedágio acabam onerando ainda mais o orçamento da categoria.


Uma saída, segundo o Presidente, seria o Procaminhoneiro, um programa do governo que financia a compra de caminhões e outros equipamentos, exclusivamente por meio das Instituições Financeiras Habilitadas a operar com o BNDES, contudo as dificuldades de acessar o programa são tantas que as maiores beneficiadas acabam sendo as médias e grandes empresas, deixando mais uma vez o profissional autônomo desamparado.


Embora as perspectivas de futuro para a categoria não sejam nada promissoras, o governo acenou com uma possibilidade de negociação, sancionando sem vetos a nova lei dos caminhoneiros (horas diárias de trabalho, horas contínuas ao volante, horas de descanso entre as jornadas), construindo junto com a categoria uma tabela de preços para o frete e mantendo congelado o preço do diesel por 6 (seis) meses, desde que a greve fosse encerrada imediatamente.


Especialistas dizem ser muito difícil implementar as medidas e o grande entrave é justamente o valor do frete, porque hoje ele é regido pela lei da oferta e da procura. Governo e caminhoneiros seguem em negociação, e embora, por parte dos governantes, haja um esforço em dizer que a paralisação é “uma onda de protestos pulverizada”, a categoria conta com aproximadamente 128 (cento e vinte e oito) pontos de bloqueio.


Adunicentro, Sindicato dos Docentes da Unicentro