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Após protesto, UEL promete contratar funcionários. Servidora do RH desabafa: "A gente tem medo que o governo deixe cair tudo o que a gente levou anos para conquistar. É um descaso grande dentro da universidade e do HU. Faltam funcion&

12 de Dezembro de 2014 às 15:48:55





Reitor em exercício, Ludoviko dos Santos, propôs contratação emergencial de três assessores especiais para manter vagas em creche






Fotos: Saulo Ohara

Mais de 200 crianças ficaram sem atendimento na manhã de ontem durante o protesto de pais de alunos e funcionários do CEI mantido pela universidade





"Se o ensino superior não é prioridade para o governo, imagina a creche mantida pela universidade?", afirma Daniel Correa




Londrina - Pais de alunos e funcionários do Centro de Educação Infantil da Universidade Estadual de Londrina (UEL) fizeram uma manifestação no campus da universidade para reivindicar a contratação de, pelo menos, 15 profissionais. O atendimento as mais de 200 crianças permaneceu suspenso durante a manhã nas unidades do campus e do Hospital Universitário (HU). Faixas e um carro de som foram utilizados no protesto para explicar o descontentamento com o governo do Estado.

A mobilização organizada pelo Sindicato dos Servidores Públicos Técnicos Administrativos da UEL (Assuel) reuniu, aproximadamente, 50 pessoas. A intenção era caminhar pelo calçadão do campus até o prédio da reitoria. No entanto, o reitor em exercício, Ludoviko dos Santos, foi até os manifestantes para apresentar uma proposta emergencial.

Conforme Santos, a universidade aguarda um posicionamento do governo do Estado para que possam ser realizadas novas contratações. "Esperávamos, pelo menos, três nomeações de pedagogos para a UEL, além de outras duas nomeações que estão em curso. Porém, a expectativa é que isso ocorra até abril do ano que vem. Como medida emergencial, estamos propondo a contratação de três assessores para auxiliar os trabalhos nas duas unidades. Isso seria possível", explicou Santos.

Com a falta do repasse de recursos do Estado para a UEL, a administração tenta manter os serviços essenciais. "Esperamos a liberação de novos recursos na semana que vem. Precisamos aguardar", ponderou. Os manifestantes decidiram formalizar a reivindicação em um documento que será entregue ao governador Beto Richa na próxima semana. O governador cumprirá agenda em Londrina no dia 10 de dezembro, aniversário da cidade.

A creche atende somente filhos de funcionários da universidade que acompanham de perto as dificuldades financeiras da instituição. "Se o ensino superior não é prioridade para o governo, imagina a creche mantida pela universidade?", afirmou o técnico de assuntos universitários, Daniel Souza Correa, acompanhado das duas filhas.

Os pais temem que as unidades encerrem as atividades nos próximos anos. "A gente tem medo que o governo deixe cair tudo o que a gente levou anos para conquistar. É um descaso grande dentro da universidade e do HU. Faltam funcionários em todos os setores", declarou a servidora do setor de recursos humanos, Elaine Aparecida Ávila.

A CEI existente no campus foi fundada há 22 anos. A professora Jacqueline Aparecida Alves atua no local há 17 anos e contou que os funcionários sofrem com o acúmulo de função. "Há uns dez anos, eram cinco zeladores, hoje temos só um. Eram três cozinheiras, hoje também só temos uma. Nós trabalhamos 8 horas por dia e precisamos de mais professores para nos ajudar", argumentou Jacqueline.

A chefe da Divisão de Educação Infantil da UEL, Keli Cristina Ferreira, informou que dos 24 professores concursados, cinco estão em licença médica. Outros oito assessores atuam de forma emergencial e mais de 20 estagiários devem auxiliar a equipe até o fim deste mês. "A situação se agravou desde o final de setembro. Por isso, havíamos decidido abrir apenas quatro vagas no ano que vem na unidade do campus para o EI1 (bebês de 6 meses a 1 ano) e outras cinco vagas na unidade do HU. Se houver a contratação dos três assessores especiais sugeridos de forma emergencial, vamos conseguir abrir as 14 vagas no campus e as 15 vagas no HU", explicou Keli. No entanto, não foram mencionados prazos para as nomeações.

O atendimento nas duas sedes foi normalizado na tarde de ontem. As poucas vagas são disputadas por centenas de servidores da UEL que deixam os nomes na fila de espera.


Viviani Costa
Reportagem Local Folha Web