Notícias

Precarização do trabalho na UFSM é analisada em revista do ANDES-SN

27 de Julho de 2011 às 12:38:56

Diretor da Sedufsm trabalhou em conjunto com servidora e estudante

Por Mathias Rodrigues

da Sedufsm

A partir da Reforma Administrativa Brasileira, que data do governo de Fernando Henrique Cardoso, as faces do trabalho público dentro das universidades mudaram, assim como a relação entre os trabalhadores com diferentes funções e/ou remunerações. Também houve intensificação do trabalho do servidor dentro das Instituições Federais de Ensino Superior. Com essas premissas Sérgio Prieb, professor do departamento de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e tesoureiro geral da Seção Sindical dos Docentes da UFSM, desenvolveu um artigo em conjunto com uma servidora e uma estudante da universidade.

O texto está na quadragésima oitava edição da revista "Universidade e Sociedade", que foi lançada durante o 56º Conselho do ANDES Sindicato Nacional (Conad), realizado entre os dias 14 e 17 de julho em Maringá (PR). Prieb fez o estudo juntamente com a servidora técnico-administrativa Elci da Silva Tonetto (na foto com o docente) e com Thaíse da Silva Tonetto, graduanda em Ciências Econômicas. Elci é economista e mestranda em economia pela UFSM, e o artigo surgiu a partir do trabalho desenvolvido em sua monografia de graduação.

O artigo publicado discorre sobre os problemas gerados pela Reforma Administrativa no interior da UFSM e nas relações pessoais e de trabalho entre os servidores da instituição. A entrada e posterior legalização das fundações ditas de apoio nas Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) levou a terceirização das universidades a um outro viés. Ao invés de vendê-la, o poder público a estava privatizando por dentro.

Na UFSM, a Fatec passou a assumir a contratação de pessoal para suprir as vagas de funcionários aposentados ou recém-criadas devido à expansão. No artigo, ressalta-se também o papel das empresas prestadoras de serviço na UFSM (Sulclean, Vigillare, etc.) cujos contratados já equivalem a mais de 50% da mão de obra de toda a universidade. Mas os funcionários terceirizados não têm os mesmos contratos que os concursados, e seus salários são claramente menores do que o dos servidores contratados via Regime Jurídico Único (RJU).

Por fim, o artigo traz um estudo realizado na UFSM entre os servidores técnico-administrativos, que versa sobre as mudanças no trabalho depois da Reforma Administrativa. Constata-se que houve intensificação do trabalho, não só pelo aumento da jornada de trabalho, mas também pelo preenchimento de intervalos antes de descanso. Os articulistas também concluíram que as relações interpessoais mudaram porque os servidores têm menos tempo de convívio com os colegas por causa da intensificação do trabalho. Também é ressaltada a dificuldade de convívio entre servidores com contratos diferentes.

REVISTA - A revista Universidade e Sociedade é disponibilizada online no site do ANDES-SN. A versão impressa pode ser solicitada junto às Seções Sindicais.

Foto e Edição: Fritz R. Nunes (Sedufsm)