Instituições públicas de Ensino Superior atendem apenas 26% dos estudantes universitários do Brasil. Os demais 74% estão matriculados nas Instituições privadas, o que representa 5,4 milhões de univer
10 de Setembro de 2014 às 17:25:48Rede privada tem 7 entre 10 acadêmicos
Faculdade particular cresce acima da média e já absorve 74% dos 7,3 milhões de universitários. Matrículas têm aumentado em ritmo mais lento
As matrículas em instituições privadas de ensino superior cresceram acima da média em 2013 e já representam 74% do total, segundo dados do Censo da Educação Superior, divulgado ontem pelo Ministério da Educação. Enquanto as matrículas nesse nível de ensino tiveram aumento de 3,8% no país, de 2012 para 2013, a rede privada cresceu 4,5%. Já a rede pública aumentou 1,9% no período.
INFOGRÁFICO: Veja os dados do Censo da Educação Superior
No total, 7,3 milhões de brasileiros estão matriculados em cursos superiores no país, número 85,6% maior do que o de dez anos atrás. Ainda assim, vem caindo o ritmo de crescimento anual das matrículas, que chegou a 10% em 2008. Em 2011, houve um acréscimo de 5,6% nas inscrições e, em 2012, de 4,4%.
Cerca de 2,7 milhões de estudantes ingressaram em graduações no ano passado, 80% deles na rede privada, e quase 1 milhão concluiu o ensino superior em 2013. Em entrevista coletiva ontem à tarde, o ministro da Educação, Henrique Paim, analisou como "natural" a queda no ritmo de crescimento das matrículas nos últimos anos. "Vínhamos de um volume baixo. Quando se atinge um patamar mais elevado, é normal isso ocorrer", ponderou.
Segundo Paim, a expectativa é de que o ritmo das matrículas volte a apresentar crescimento conforme o Financiamento Estudantil (Fies) for sendo conhecido por ingressantes no nível superior. "Hoje, muitos conhecem o Fies quando estão dentro da universidade. A tendência é de que, cada vez mais, o estudante já entre com o financiamento. O perfil do ingressante é cada vez de mais baixa renda." De acordo com o ministro, 83% dos contratos do Fies são de pessoas com renda familiar de até um salário mínimo e meio.
Embora a grande maioria dos graduandos esteja hoje na rede privada, Paim ressaltou que "pouco mais de 40% dos matriculados" nessas instituições têm Fies ou fazem parte do Programa Universidade Para Todos (Prouni), do governo federal. O ministro também atribuiu a desaceleração das matrículas na rede pública a um recuo das estaduais. "Em função da ampliação das universidades federais, muitos estados optaram por priorizar recursos para a educação básica."
Questionado sobre a necessidade de expansão da taxa bruta de matrículas, prevista no Plano Nacional de Educação (PNE), o ministro justificou que a meta não estipula uma participação da rede pública no total. "Segundo a meta 12 do PNE, 40% da expansão tem que ser pública, mas não tem um número total a ser atingido. É preciso que a taxa líquida [jovens de 18 a 24 anos, formados ou cursando nível superior] cresça 33% [até 2024], estamos em 18,8%."
Com informações do Jornal Gazeta do Povo