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UFSM pode cancelar convênio de cooperação técnica com empresa israelense. Há suspeita de que o desenvolvimento do pólo aeroespacial pode ser utilizado com interesse militar por Israel. Ouvidas as entidades que fize

03 de Setembro de 2014 às 00:25:41

Convênio entre UFSM e empresa israelense Elbit pode ser revisto

Entidades que integram Comitê de Solidariedade a palestinos entregaram documento ao reitor Paulo Burmann durante encontro na última quinta-feira (28)

Entidades que integram o Comitê Santa-mariense de solidariedade ao povo palestino foram recebidas pelo reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Paulo Burmann, na manhã da última quinta-feira (28). Durante o encontro, foi entregue um documento em que são solicitadas informações a respeito de um convênio envolvendo a UFSM e outras universidades gaúchas, junto com o governo estadual, com a empresa israelense Elbit e sua subsidiária, a Ael. O convênio se relaciona ao desenvolvimento de um polo aeroespacial, no entanto, devido à escassez de informações, as entidades solidárias ao povo palestino desconfiam sobre a possibilidade de uso militar dessas pesquisas.

Segundo Paulo Burmann, esse convênio não teve efeito prático em função de que a fonte financiadora do projeto, a Finep, teria negado um repasse de R$ 40 milhões. Contudo, uma notícia publicada por um jornal de Novo Hamburgo (RS) no início de agosto e trazida pelo professor do curso de Engenharia Civil da UFSM, Gihad Mohamad, diz que o banco de fomento federal (BNDES) estaria se dispondo a repassar o valor negado pela Finep. Para o reitor, se isso realmente vier a acontecer, o projeto será posto em nova avaliação pela Administração. No caso de haver possibilidade de uso militar do projeto, a posição de Burmann é contrária a que seja desenvolvido pela UFSM.

Conforme sites especializados, a Elbit Systems é uma empresa-chave na produção e exportação de tecnologia militar. Seria responsabilidade dela, por exemplo, a fabricação de drones, aeronaves não-tripuladas que são usadas para ataques contra palestinos em Gaza e em outros países do Oriente Médio. Também faria parte da atividade da empresa a fabricação de equipamentos para os tanques de guerra do tipo Merkava, além de ser a responsável pela construção de um muro separando israelenses e palestinos.

Durante a audiência, em que participaram pelo comitê a Sedufsm - Seção Sindical do ANDES-SN -, Assufsm, DCE, diretórios acadêmicos, entre outros, também foi solicitado ao reitor que seja estudada a possibilidade de firmar convênio da UFSM com universidades palestinas. O reitor disse que a possibilidade é viável, e pediu que seja levada a ele alguma proposta de construção dessa relação.

Confira cópia do documento entregue ao reitor da UFSM, Paulo Burmann

* Com edição do ANDES-SN

* Foto: Sedufsm - Seção Sindical