Falta de assistência estudantil é tema de encontro na UNICENTRO em Irati. Estudantes de Irati, Guarapuava e Ponta Grossa se reuniram na sexta-feira, 21, para discutir a aplicação do Plano Nacional de Assistência Estudantil
25 de Março de 2014 às 02:25:57Rádio Najuá; Paulo Henrique Sava
Acadêmicos e integrantes do Diretório Central de Estudantes (DCE) de Irati e Guarapuava da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro) se reuniram na sexta-feira, 21, para discutir a aplicação do Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) na instituição. Estudantes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) também participaram do encontro, denominado "Construindo o Movimento Estudantil: Assistência Estudantil - Objetivo a alcançar", promovido pelo Centro Acadêmico do Curso de Fonoaudiologia da Unicentro.
Segundo o site do Ministério da Educação (MEC), o Pnaes apóia a permanência de estudantes de baixa renda matriculados em cursos de graduação presencial das instituições federais de ensino superior (Ifes). O objetivo é viabilizar a igualdade de oportunidades entre todos os estudantes e contribuir para a melhoria do desempenho acadêmico, a partir de medidas que buscam combater situações de repetência e evasão.
O PNAES oferece assistência à moradia estudantil, alimentação, transporte, saúde, inclusão digital, cultura, esporte, creche e apoio pedagógico. As ações são executadas pela própria instituição de ensino, que deve acompanhar e avaliar o desenvolvimento do programa. Porém, segundo os representantes do DCE de Guarapuava, estas ações não vêm sendo feitas pela Unicentro.
As principais reivindicações dos acadêmicos estão relacionadas a melhorias no transporte e a estatização dos Restaurantes Universitários dos Campi, que atualmente operam em regime de terceirização dos serviços. Segundo dados do Jornal DCE, estas questões vem sendo discutidas com a reitoria desde 2011, quando houve a reativação do DCE no campus de Irati. Em 2012, acadêmicos da Unicentro de Irati e Guarapuava estiveram na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) para entregar aos deputados um abaixo-assinado em defesa das universidades paranaenses. Eles também entregaram uma pauta de reivindicações, na ocasião, para o então Secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Alípio Leal. No mesmo dia, ele firmou um compromisso de disponibilizar R$1,2 milhão para subsídio de alimentação dos estudantes da Unicentro, o que se efetivou em abril do ano passado. Para este ano, a verba caiu para aproximadamente R$300 mil para toda a instituição.
No entanto, as manifestações para a estatização do Restaurante Universitário continuaram, e a empresa que administrava o espaço optou pela rescisão do contrato com a Unicentro em maio de 2013, o que gerou o fechamento do RU por cerca de dois meses. A reabertura aconteceu no segundo semestre, após um rápido processo de licitação para que uma nova empresa administrasse o RU até o final do ano passado.
Em Guarapuava, o RU do campus Santa Cruz permanece fechado desde agosto de 2013, quando a Vigilância Sanitária encontrou diversas irregularidades no restaurante. Desde então, o espaço está sendo ocupado como um depósito da instituição.
Além disso, os estudantes reivindicam melhorias nas condições de transporte para os campi da Unicentro, além da adoção do chamado Passe Livre para os acadêmicos. No ano passado, em Guarapuava, estudantes promoveram manifestações no Terminal da Fonte, levando cartazes e liberando as catracas. Após estas manifestações, foi criada uma comissão para a fiscalização do transporte público no município.
Em Irati, estudantes pagam a metade do valor da passagem para o transporte universitário, mas eles ainda reivindicam que o passe livre seja adotado no município.
Opinião dos estudantes
Em entrevista à reportagem da Najuá, o representante do DCE de Guarapuava, Lincoln Porto, afirmou que todas estas reivindicações estão diretamente relacionadas com a Assistência Estudantil. Segundo Lincoln, os estudantes de Irati, Ponta Grossa e Guarapuava possuem demandas semelhantes e, por isso, precisa encontrar formas de democratizar a universidade. "Não adianta estarmos em uma universidade pública se ela é elitizada. Ela é gratuita, mas o estudante para estudar precisa se alimentar, morar em algum lugar no caso de quem vem de fora, se locomover até o Campus, existem outros fatores além da gratuidade da mensalidade, que contam também. E todos esses fatores se enquadram na assistência estudantil. É um debate construtivo, que estamos dialogando para encontrar os problemas", analisa.
Questionado se as manifestações do DCE alcançaram o objetivo desejado, Lincoln entende que o movimento não surgiu apenas para que os governantes atendam as reivindicações dos estudantes, mas que os jovens criem uma consciência coletiva. "Nosso objetivo de ter um restaurante estatizando não foi alcançado. Isso não depende dos estudantes. Mais do que pressionar o reitor ou o governador para atender nossas reivindicações, o movimento quer que o estudante possa se inserir na universidade. Ou seja, que ele não foque apenas na formação e venha aqui para conseguir o diploma, mas que esteja interessado nas melhorias e não apenas quando a corda bate no próprio pescoço", enfatiza.
A estudante da UEPG, Lorena Dantas, afirma que a Assistência Estudantil e a permanência do estudante na universidade têm sido as pautas de vários movimentos em todo o Brasil. Ela afirma que, nas universidades estaduais, há uma dificuldade muito grande em avançar na discussão destas questões.
"Nós não temos nenhum projeto ou decreto que contemple assistência estudantil. Nós temos somente um decreto federal, que faz repasses para as universidades estaduais através do Sisu, com isso ficamos a mercê dos estados investirem".
Para Lorena, os projetos e políticas públicas só se tornam realidade através da luta. Por isso, ela enaltece que os estudantes precisam se mobilizar para buscar as melhorias. "Se a Unicentro fizer um movimento e as outras universidades estaduais se organizarem e propor um projeto de financiamento e especificando algumas áreas que precisam de investimento já será um avanço".
A acadêmica do curso de Fonoaudiologia da Unicentro, Francieli Gonçalves, acredita que, com estas mobilizações, os estudantes mostram que não estão satisfeitos com as condições oferecidas a eles pelas universidades estaduais. Ela afirmou à reportagem da Najuá que a Unicentro não oferece nenhuma assistência estudantil. Francieli considera que o movimento estudantil é discriminado pela direção da universidade.
De acordo com os integrantes do DCE, outros encontros serão realizados este ano para discutir soluções para os problemas apresentados pela universidade.
Acadêmicos e integrantes do Diretório Central de Estudantes (DCE) de Irati e Guarapuava da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro) se reuniram na sexta-feira, 21, para discutir a aplicação do Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) na instituição. Estudantes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) também participaram do encontro, denominado "Construindo o Movimento Estudantil: Assistência Estudantil - Objetivo a alcançar", promovido pelo Centro Acadêmico do Curso de Fonoaudiologia da Unicentro.
Segundo o site do Ministério da Educação (MEC), o Pnaes apóia a permanência de estudantes de baixa renda matriculados em cursos de graduação presencial das instituições federais de ensino superior (Ifes). O objetivo é viabilizar a igualdade de oportunidades entre todos os estudantes e contribuir para a melhoria do desempenho acadêmico, a partir de medidas que buscam combater situações de repetência e evasão.
O PNAES oferece assistência à moradia estudantil, alimentação, transporte, saúde, inclusão digital, cultura, esporte, creche e apoio pedagógico. As ações são executadas pela própria instituição de ensino, que deve acompanhar e avaliar o desenvolvimento do programa. Porém, segundo os representantes do DCE de Guarapuava, estas ações não vêm sendo feitas pela Unicentro.
As principais reivindicações dos acadêmicos estão relacionadas a melhorias no transporte e a estatização dos Restaurantes Universitários dos Campi, que atualmente operam em regime de terceirização dos serviços. Segundo dados do Jornal DCE, estas questões vem sendo discutidas com a reitoria desde 2011, quando houve a reativação do DCE no campus de Irati. Em 2012, acadêmicos da Unicentro de Irati e Guarapuava estiveram na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) para entregar aos deputados um abaixo-assinado em defesa das universidades paranaenses. Eles também entregaram uma pauta de reivindicações, na ocasião, para o então Secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Alípio Leal. No mesmo dia, ele firmou um compromisso de disponibilizar R$1,2 milhão para subsídio de alimentação dos estudantes da Unicentro, o que se efetivou em abril do ano passado. Para este ano, a verba caiu para aproximadamente R$300 mil para toda a instituição.
No entanto, as manifestações para a estatização do Restaurante Universitário continuaram, e a empresa que administrava o espaço optou pela rescisão do contrato com a Unicentro em maio de 2013, o que gerou o fechamento do RU por cerca de dois meses. A reabertura aconteceu no segundo semestre, após um rápido processo de licitação para que uma nova empresa administrasse o RU até o final do ano passado.
Em Guarapuava, o RU do campus Santa Cruz permanece fechado desde agosto de 2013, quando a Vigilância Sanitária encontrou diversas irregularidades no restaurante. Desde então, o espaço está sendo ocupado como um depósito da instituição.
Além disso, os estudantes reivindicam melhorias nas condições de transporte para os campi da Unicentro, além da adoção do chamado Passe Livre para os acadêmicos. No ano passado, em Guarapuava, estudantes promoveram manifestações no Terminal da Fonte, levando cartazes e liberando as catracas. Após estas manifestações, foi criada uma comissão para a fiscalização do transporte público no município.
Em Irati, estudantes pagam a metade do valor da passagem para o transporte universitário, mas eles ainda reivindicam que o passe livre seja adotado no município.
Opinião dos estudantes
Em entrevista à reportagem da Najuá, o representante do DCE de Guarapuava, Lincoln Porto, afirmou que todas estas reivindicações estão diretamente relacionadas com a Assistência Estudantil. Segundo Lincoln, os estudantes de Irati, Ponta Grossa e Guarapuava possuem demandas semelhantes e, por isso, precisa encontrar formas de democratizar a universidade. "Não adianta estarmos em uma universidade pública se ela é elitizada. Ela é gratuita, mas o estudante para estudar precisa se alimentar, morar em algum lugar no caso de quem vem de fora, se locomover até o Campus, existem outros fatores além da gratuidade da mensalidade, que contam também. E todos esses fatores se enquadram na assistência estudantil. É um debate construtivo, que estamos dialogando para encontrar os problemas", analisa.
Questionado se as manifestações do DCE alcançaram o objetivo desejado, Lincoln entende que o movimento não surgiu apenas para que os governantes atendam as reivindicações dos estudantes, mas que os jovens criem uma consciência coletiva. "Nosso objetivo de ter um restaurante estatizando não foi alcançado. Isso não depende dos estudantes. Mais do que pressionar o reitor ou o governador para atender nossas reivindicações, o movimento quer que o estudante possa se inserir na universidade. Ou seja, que ele não foque apenas na formação e venha aqui para conseguir o diploma, mas que esteja interessado nas melhorias e não apenas quando a corda bate no próprio pescoço", enfatiza.
A estudante da UEPG, Lorena Dantas, afirma que a Assistência Estudantil e a permanência do estudante na universidade têm sido as pautas de vários movimentos em todo o Brasil. Ela afirma que, nas universidades estaduais, há uma dificuldade muito grande em avançar na discussão destas questões.
"Nós não temos nenhum projeto ou decreto que contemple assistência estudantil. Nós temos somente um decreto federal, que faz repasses para as universidades estaduais através do Sisu, com isso ficamos a mercê dos estados investirem".
Para Lorena, os projetos e políticas públicas só se tornam realidade através da luta. Por isso, ela enaltece que os estudantes precisam se mobilizar para buscar as melhorias. "Se a Unicentro fizer um movimento e as outras universidades estaduais se organizarem e propor um projeto de financiamento e especificando algumas áreas que precisam de investimento já será um avanço".
A acadêmica do curso de Fonoaudiologia da Unicentro, Francieli Gonçalves, acredita que, com estas mobilizações, os estudantes mostram que não estão satisfeitos com as condições oferecidas a eles pelas universidades estaduais. Ela afirmou à reportagem da Najuá que a Unicentro não oferece nenhuma assistência estudantil. Francieli considera que o movimento estudantil é discriminado pela direção da universidade.
De acordo com os integrantes do DCE, outros encontros serão realizados este ano para discutir soluções para os problemas apresentados pela universidade.
Fonte: http://radionajua.com.br/noticia/noticias/irati-e-regiao/falta-de-assistencia-estudantil-e-tema-de-encontro-na-unicentro/24249/