Servidores públicos federais preparam greve para março. Servidores e professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) fizeram uma das maiores greves em 2012: se governo não negociar, cenário pode se repetir

Servidores e professores da Universidade Federal do Paraná fizeram uma das maiores greves em 2012: se governo não negociar, cenário pode se repetir (foto: Franklin de Freitas)

Nesta quarta-feira, os sindicatos que representam as categorias de servidores fazem o lançamento nacional da campanha salarial de 2014. Em Curitiba, o lançamento acontece na Praça Santos Andrade, às 9h30, juntamente com uma manifestação em defesa dos serviços públicos de qualidade e pela valorização dos servidores. Se o governo não abrir negociações até março, a intenção é deflagrar uma greve nacional unificada.
Em Curitiba, o movimento já tem a participação dos sindicatos dos servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Paraná (Sinditest-PR), dos Professores da UFPR (APUFPR-SSind), da Previdência (Sindprevs-PR) e do IBGE (Assibge), mas deve ter a adesão de outras categorias.
A questão da campanha salarial deste ano não é apenas financeira. Os servidores chamam a atenção para a precarização dos serviços públicos federais com a desvalorização dos trabalhadores, terceirização e falta de investimentos. "Em alguns casos, como saúde, educação e previdência social, o sucateamento já se transformou em desmonte, devido às políticas de privatização do governo Dilma, como a EBSERH e o FUNPRESP", diz nota do movimento dos servidores.
Os servidores públicos federais reclamam ainda que não têm data-base ou negociação coletiva. Isso permite ao governo arrochar os salários e obrigar os servidores a passar longos anos sem qualquer aumento ou mesmo reajustes para recompor as perdas inflacionárias. Até mesmo o direito à greve está ameaçado por um projeto de lei no Congresso que deve ir à pauta em fevereiro.
No Paraná, o lançamento da campanha também serve para rearticular o fórum estadual de entidades do serviço público federal, que teve um papel destacado na organização de inúmeras atividades durante a greve de 2012. Depois do dia 22 janeiro, o próximo ato será no dia 5 de fevereiro, quando ocorre um ato em Brasília, em frente ao Ministério do Planejamento.
Nos meses seguintes começa o trabalho de conscientização das categorias sobre as reivindicações e a luta pela qualidade do serviços público federal.

Fonte: BemParaná